Vinte
e sete municípios participaram, nesta terça-feira (7/06/11),
do lançamento da Campanha Nacional de Combate ao Trabalho Infantil
na Bahia, intitulada ‘Trabalho Infantil. Deixar de Estudar é
um dos Riscos’. Por meio de viodeoconferência, realizada
no Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador, representantes
da área social de várias cidades baianas conheceram as
frentes de trabalho da edição 2011 da campanha, debateram
e tiraram dúvidas sobre as ações que foram desenvolvidas
e as que estão previstas para o estado.
A
campanha, que será lançada nos demais estados brasileiros
na próxima quinta-feira (9), é promovida pela Organização
Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Fórum Estadual de
Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil
e Proteção ao Trabalhador Adolescente (Fetipa) da Bahia,
o Pacto Um Mundo para Criança e Adolescente do Semiárido
e a Agenda Bahia do Trabalho Decente.
De
acordo com a presidente do Fórum e auditora da Superintendência
Regional do Ministério do Trabalho, Maria Teresa Calabrich, a
Bahia se antecipa e lança a campanha estadual antes da nacional.
"12 de junho é o Dia Mundial e Nacional de Combate ao Trabalho
Infantil. Então, os fóruns estaduais reproduzem a campanha
em cada estado. Na Bahia, optamos por fazer esta videoconferência
porque entendemos que, com este evento, temos a possibilidade de atingir
um grande número de pessoas, já que é transmitido
para várias cidades do interior”.
A
representante do Programa Internacional para Eliminação
do Trabalho Infantil (Ipec) da OIT, Paula Fonseca, também participou
do lançamento. A campanha foca no combate às piores formas
de trabalho infantil. Em 2008, foi publicado no Brasil o Decreto 6.481,
que elenca 93 atividades nas quais, ninguém com menos de 18 anos
pode trabalhar. Dentre elas, a campanha evidencia o trabalho infantil
doméstico, o trabalho rural com utilização de agrotóxico,
o trabalho no lixo e com lixo e o trabalho nas ruas.
Durante
o lançamento, Calabrich afirmou que "a sociedade pode contribuir
muito quando deixar de consumir mão de obra infanto-juvenil”.
Como exemplo, ela citou os garotos que trabalham nas feiras livres oferecendo
serviços de carreto. Os representantes dos municípios
foram convocados para aderir à campanha. As peças publicitárias
estão disponíveis no Portal dos Direitos da Criança
e do Adolescente.
Legislação
Além de opinar e fazer perguntas, todos os municípios
conectados à rede de videoconferência conheceram mais sobre
a legislação brasileira que trata da idade mínima
e das consequências das formas inadequadas ao trabalho infantil.
Eles também ouviram experiências e falas proferidas por
profissionais ligados à proteção do trabalhador
como a da presidente do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos
da Bahia e do médico do trabalho e auditor da Superintendência
Regional do Ministério do Trabalho e Emprego, Gerson Estrela.
Conforme
a articuladora estadual do Pacto Um Mundo para a Criança e o
Adolescente do Semiárido, Iara Farias, "pesquisas indicaram
que as crianças do semiárido estão entre as mais
desprotegidas. Por esta razão, o Governo do Estado, a Unicef
e outras organizações governamentais e não-governamentais
resolveram celebrar o Pacto, que tem como finalidade, priorizar as políticas
públicas e ações que melhorem a qualidade de vida
das crianças e adolescentes residentes na região”.
Entre
as ações previstas pela Agenda Bahia do Trabalho Decente,
a assessora técnica da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda
e Esporte do Estado (Setre) e membro da equipe da Agenda, Arielma Galvã,
cita a articulação, mobilização e fortalecimento
do diálogo social.
Ela
adiantou ainda que deverá ser lançado o Plano Estadual
de Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção
ao Adolescente Trabalhador, resultado do Programa Bahia do Trabalho
Decente. "Queremos não apenas tirar a criança do
trabalho infantil e proteger o jovem, mas fortalecer a família.
A sociedade precisa entender que o trabalho infantil não pode
ser naturalizado. O ciclo da pobreza precisa ser quebrado, trazendo
a sociedade para a discussão e envolvendo os municípios.
Existem sinais que evidenciam a prioridade que o Estado dá ao
assunto”. |