A justiça do Rio de Janeiro decretou, no final da noite de
segunda-feira, a prisão do ex-comandante do 7º BPM (São Gonçalo), o
tenente-coronel Cláudio Luiz Oliveira, que atualmente estava à frente do
Batalhão da Maré. Ele é suspeito de ser o mandante da morte da juíza
Patrícia Acioli, assassinada no dia 11 agosto em Niterói, Região
Metropolitana do Rio.
Além do oficial, outros cinco policiais militares também tiveram a
prisão decretada. Eles são acusados de forjar um auto de resistência
durante uma operação policial em que o jovem Diego de Souza Beliene, de
18 anos, foi morto no Complexo do Salgueiro, São Gonçalo, em junho. As
prisões de três PMs envolvidos foram decretadas por Patrícia horas antes
de ser executada.
Juíza foi seguida durante 40 minutos
Imagens da juíza Patrícia Acioli sendo seguida pelos assassinos
ajudaram a polícia a desvendar a mecânica do crime. Nas gravações, dupla
de moto é flagrada por câmeras de segurança e de trânsito perseguindo o
carro da magistrada por 40 minutos, em sete pontos distintos, desde que
ela deixou o Fórum de São Gonçalo até ser morta na Região Oceânica de
Niterói, pouco antes da meia-noite de 11 de agosto.
Um detalhe chamou a atenção dos investigadores da Divisão de
Homicídios: os assassinos passaram pelo carro da juíza quando ela tomou o
caminho de Piratininga, onde morava, e esperaram por ela na porta da
casa, como revelou a reportagem publicada em O Dia no dia 12. A ultrapassagem do carro de Patrícia pela moto foi filmada pela câmera de um ônibus.
Fotos dos envolvidos no crime também foram divulgadas. Como O Dia
noticiou com exclusividade, os acusados - três PMs do 7º (São Gonçalo) -
tiveram as prisões temporárias decretadas dia 11. Eles são o tenente
Daniel dos Santos Benitez Lopes e os cabos Sergio Costa Junior e
Jefferson de Araujo Miranda.
A investigação também rastreou os celulares dos acusados, o que
mostrou que os três estiveram um mês antes do assassinato na rua onde
morava Patrícia, para planejar o crime.
Tiros com o carro em movimento
A perícia no carro da juíza Patrícia Acioli mostrou que os
assassinos atiraram com o veículo ainda em movimento, assim que a
magistrada chegou à porta de sua casa. Houve disparos que entraram em
linha reta na lataria e outros, em diagonal. Patrícia foi atingida por
21 tiros de revólver calibre 38 e pistola calibre 40, ambas armas usadas
pela PM, e também de 45, de uso restrito. Segundo o laudo cadavérico, a
maioria dos ferimentos foi no tronco e no pescoço.
Conforme O Dia noticiou com exclusividade em 22 de agosto,
parte das balas que mataram a juíza era de um lote de munição comprado
pela Polícia Militar.
A investigação ainda procura identificar as armas usadas no
crime. A Polícia Civil recolheu mais de 700 armas no 7º BPM (São
Gonçalo) para confrontar laudos de balística com os projéteis recolhidos
no corpo de Patrícia Acioli.
Fonte: Terra