Esta semana, um morador de rua de Ilhéus arranjou comida que grande
parte das pessoas não gosta nem de chegar perto, um frango utilizado em
uma macumba, como é popularmente conhecida. O despacho estava em uma
encruzilhada na Praça Barão do Rio Branco, no bairro cidade Nova.
Acredita-se que o frango tenha sido deixado no local, durante a
madrugada, por adeptos do Candomblé. No local, foram colocadas velas,
tecidos nas cores vermelho e preto, charutos e uma galinha viva.
O mendigo, sem se importar com a questão religiosa e nem com os
receios que as pessoas têm de pegar os objetos e animais deixados em um
despacho, pegou o frango, matou, arrancou as penas e assou em uma
fogueira. As pessoas que passavam pelo local e observavam a cena
dividiram opiniões. Alguns acreditam que a ação do morador de rua foi um
desrespeito com a religião afro, uma vez que aquele seria um ritual
para abrir caminhos. Outros transeuntes compreenderam que a atitude foi
movida pela fome sentida pelo homem. O morador de rua não se importou
com as opiniões e nem onde conseguiu o frango. Ele só demonstrou
felicidade em ter conseguido um bom almoço naquele dia.
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