A polícia investiga se dois corpos encontrados no
litoral de Ilhéus, sul da Bahia, são de pessoas que estavam a bordo do
avião bimotor que desapareceu após decolagem na noite da segunda-feira
(24). O primeiro corpo foi encontrado em estado avançado de decomposição
na manhã do domingo (30), no município de Maraú, localizado a 100
quilômetros de Ilhéus.
Já os restos mortais de uma segunda pessoa foram
encontrados nesta segunda-feira (1º) pelos moradores do condomínio Vila
Paraíso do Atlântico no mesmo local onde estava o corpo do piloto da
aeronave Joá Cardoso Ribeiro, localizado na quarta-feira (26).
De acordo com a titular da Delegacia de Turismo de
Ilhéus, Adriana Paternostro, os corpos foram encaminhados para o
Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Itabuna, mas a identificação
das vítimas só será realizada após um exame de DNA, por conta do
avançado estado de decomposição.
O avião foi fretado na segunda-feira (24) por José
Ramos para levar o corpo da esposa, Carita Ramos, para Brasília, onde
ocorreria o sepultamento. Carita morreu afogada na praia de um distrito
de Santa Cruz Cabrália durante férias com a família. O enterro estava
marcado para a terça-feira (25) - o avião decolou do Aeroporto Jorge
Amado, em Ilhéus, na noite de segunda e perdeu contato com os
controladores minutos depois.
A Aeronáutica decidiu suspender os trabalhos de busca pelo avião bimotor na quinta-feira (27).
As buscas estão encerradas até que surjam novos indícios da aeronave.
Duas lanchas da Marinha, um helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB)
e o Corpo de Bombeiros iniciaram as buscas na manhã de terça-feira
(25).
Segundo o cabo José Santos, do 5º GBM/Ilhéus, os
bombeiros continuam à espera de novas informações sobre o bimotor.
"Estamos esperando que pescadores e moradores da região entrem em
contato conosco, porque o primeiro contato deve ser feito com o Corpo
de Bombeiros. Há poucos minutos tivemos um chamado, mas não encontramos
nada”, diz Santos. A Marinha também continua as buscas na região.
Investigação A Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac) informou que foi verificado, por meio do Sistema
Decolagem Certa (DCerta), que há divergência entre o nome do piloto que
recebeu autorização para o plano de voo e os documentos localizados na
manhã de quarta-feira (26).
Por conta disso, a Anac abriu um processo administrativo
contra Bruno de Sá Martins de Araújo, proprietário e operador da
aeronave EMB 810 SÊneca, e contra o piloto Amilcar de Carvalho
Jacobina. |