Fechado há quase um ano, e com dívida estimada em R$ 600 milhões de reais, uma das maiores instituições de Saúde do país, vive uma crise constante. Dessa dívida, ainda encontra-se funcionários que tentam receber os direitos trabalhistas. Uma audiência com dirigentes e ex-empregados do Hospital Espanhol,, na manhã desta sexta-feira (27), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-BA), conseguiu acordar 1.458 casos dos 2.o15 que existem contra a entidade. O valor desses acordos chega a R$ 84 milhões.
Durante a audiência, que foi dirigida pela presidente do TRT5, desembargadora Maria Adna Aguiar, a Promédica, representada pelo seu presidente Jorge Oliveira, ratificou o propósito de encampar o estabelecimento, devendo oferecer uma proposta concreta até o dia 27 de janeiro.
"Não vamos transigir com os direitos do trabalhador, que aqui serão observados com lupa. Estamos trabalhando para dar celeridade e efetividade ao direito que já foi dito, estamos aqui para honrá-lo. Podem ter certeza de que todos serão contemplados", disse a desembargadora Adna Aguiar.
Já o desembargador Jéferson Muricy, conciliador do TRT5, explicou a complexidade da elaboração do relatório, uma vez que o hospital figura com nomes diferentes nas ações ajuizadas ao longo dos anos. De acordo com o magistrado, 13 calculistas trabalharam na atualização dos valores dos processos conciliados e, até o fim deste ano, será refinado o estudo que hoje abrange aproximadamente 97% do quadro real.
Também durante a audiência, Francisco Brandão, representante da empresa de consultoria econômica Price Waterhouse, encarregada de realizar auditoria nas contas do Espanhol para consecução da transação com a Promédica, explicou que a expectativa dos empresários era de um débito trabalhista em torno de R$ 40 milhões. "Agora estamos muito mais próximos da realidade. Este levantamento, aliás, deveria ter sido providenciado pelas partes envolvidas no processo. O Tribunal demonstra mais uma vez seu interesse em ajudar numa solução", declarou.
O JC2 aguardará fato novo para marcar a próxima audiência global em busca de uma programação para pagamento das conciliações já realizadas. Por enquanto, prosseguem no TRT-BA as audiências individuais para fechamento de acordos. De acordo com a juíza Cristina Maria de Azevedo, da Central de Execução e Expropriação, as execuções contra o Hospital também seguem tramitação normal, sendo que todas entram na penhora unificada constituída por aquela unidade.
Fonte: Bocaonews |