Lavrador levou a mulher a três hospitais e não foi atendido; no HGCA, após nova recusa, perdeu a cabeça e acabou preso
Revoltado com a demora no atendimento de sua esposa, em trabalho de parto de um bebê prematuro, o lavrador Antonio Carlos Ferreira, morador de Cachoeira, no Recôncavo baiano, chutou uma porta na emergência do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana, e acabou indo parar na delegacia. A irritação teve motivo: o lavrador já havia levado a mulher Karina Conceição Rocha, de 23 anos, a três unidades médicas da região [Hospitais de Cachoeira e São Félix, além de Hospital da Mulher, em Feira], e não recebeu atendimento. Ao chegar no HGCA, houve nova recusa – desta vez por falta de material para fazer o atendimento e leito –, o que despertou a fúria de Antonio Carlos. Levado para a delegacia, onde prestou depoimento, o lavrador reclamou do tratamento recebido nas unidades de saúde. "Eu nunca estive em uma delegacia. Perdi a cabeça. Nós fomos tratados como um cachorro, uma pessoa sem valor”, desabafou. Apesar da completa falta de assistência e amparo do sistema público de saúde da Bahia, segundo ele, a mulher deu à luz ao bebê prematuro. "Ela acabou tendo a criança na porta, após muita dor”, relatou o trabalhador, preso por reclamar da falta de respeito aos seus direitos de cidadão. Informações do Central de Polícia FSA. |