Apesar da necessidade de acionamento das usinas térmicas brasileiras por conta dos baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, o governo garante que o desconto de 20% na conta de luz prometido para este ano será concedido. A preocupação é que com a queda na quantidade de água nos reservatórios das hidrelétricas causada pela falta de chuvas (é o menor nível dos últimos 10 anos), o governo precisou acionar as termoelétricas, cuja geração de energia é mais cara. Isso pode comprometer o desconto nas tarifas de energia. O Ministério de Minas e Energia (MME), no entanto, garante uma conta de luz mais barata em 2013, já que a queda no preço é "estrutural" - para conseguir a redução, o governo eliminou dois impostos e reduziu um terceiro em 75%. Após reunião com o ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, o presidente da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), Wilson Ferreira Junior, empresa de distribuição de energia, admitiu que há risco no aumento da conta de luz, mas classificou como "provisório". Ferreira garantiu que o aumento dos gastos com a geração térmica não anula o desconto prometido, e que é uma questão de tempo até que a situação dos reservatórios de água seja normalizada. "Temos que esperar as chuvas. Só anularia (o desconto) se me garantissem que não haveria chuva nunca mais. Quanto tiver água e encher novamente os reservatórios, tudo volta ao normal. Portanto, o impacto (na conta de luz) será provisório, se houver", disse o presidente da companhia de energia. A preocupação com o nível de água nos reservatórios será discutida amanhã numa reunião em Brasília entre o MME e os principais órgãos do setor. O governo teme repetir o racionamento de energia feito em 2001, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, episódio duramente criticado pelos integrantes do PT. |