Os Governadores
do Norte e do Nordeste do país, foram a Brasília nesta quarta-feira com
uma lista de reivindicações para reforçar os cofres
de seus estados. A principal bandeira é a aprovação
de um modelo misto de divisão dos royalties do petróleo,
a partir do marco regulatório do pré-sal. Os estados apoiam
uma proposta que partilha esses recursos entre todas as unidades da
federação ao mesmo tempo em que privilegia os estados
produtores. Dessa forma, os governadores esperam vencer a resistência
de Rio de Janeiro e Espírito Santo, que se opõem ao modelo
de partilha completa, sem compensações. "Há
um recuo da nossa posição de dividir tudo igualmente",
diz Eduardo Campos, governador de Pernambuco.
Os
governadores se reuniram durante a manhã com Dilma Rousseff.
Não obtiveram dela nenhuma promessa, mas a presidente disse defender
um acordo para encerrar o assunto. No Senado, onde se reuniram com o
presidente José Sarney (PMDB-AP), os representantes dos estados
ouviram a promessa de que a Casa votará até 13 de julho
o veto do presidente Lula ao projeto que trata da divisão dos
royalties. O Senado deve criar uma comissão para analisar a proposta
dos governadores - que coincide com um texto já apresentado pelo
senador Wellinton Dias (PT-PI).
Os
chefes de Executivo pediram ainda a revisão da taxa de juros
aplicada às dívidas que os estados têm com a União.
Hoje, este índice está em 18,5% ao ano. Os estados alegam
que o governo federal obtém financiamentos com uma taxa inferior,
de 12,5%. Na próxima semana, representantes do Norte e do Nordeste
devem discutir o tema com o ministo da Fazenda, Guido Mantega. A proposta
inicial dos governadores era calcular essa correção com
base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais
dois pontos porcentuais. Outra opção em debate é
vincular esse índice à taxa Selic, hoje em 12,25% ao ano.
Entre
as outras bandeiras levantadas pelos governadores está a redivisão
do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS) cobrado no comércio eletrônico. A proposta é
que haja uma distribuição equilibrada entre o estado produtor
e o estado onde a compra é feita. Além disso, os estados
querem colocar em pauta a necessidade de reajustes no salário-educação
repassado por Brasília, reduzir a alíquota de importação
e debater a Lei Kandir, que prevê compensações para
estados importadores que perderam arrecadação.
CSS
- A discussão sobre o financiamento da saúde não
entrou na pauta dos governadores. Mas o lobby pela recriação
da Contribuição Provisória sobre Movimentação
Financeira (CPMF) continua. "É preciso aumentar os gastos
com saúde. E, para os trabalhadores de renda média, o
imposto tem pouco impacto", argumentou o governador da Paraíba,
Ricardo Coutinho. A Câmara dos Deputados deve votar nos próximos
dias a Emenda 29, que trata da divisão de recursos para a Saúde. |