O aposentando Estevão de Souza
Barreto, 72 anos, foi encontrado morto na tarde desta sexta-feira (8), na cela
24, pavilhão 9, do Conjunto Penal de Feira de Santana. A delegada Dorean
Soares presidiu o levantamento cadavérico e investiga se houve um
suicídio.
Estevão estava preso desde o dia 21
de agosto deste ano, acusado de tentar matar duas meninas de 11 e 12 anos. Ele
também era suspeito de pedofilia.
O diretor adjunto do Conjunto Penal,
Clériston Leite, informou que os agentes penitenciários acionaram a direção,
que constatou o fato. "Segundo relatos de alguns presos, ele estava sozinho na
cela, enquanto os detentos estavam no banho de sol”, disse. O diretor informou
ainda que não havia queixas dos presos contra o aposentado.
De acordo com a delegada, não foi
encontrada nenhuma carta deixada por ele, e de acordo com um companheiro de
cela, Estevão já vinha falando da vontade de tirar a própria vida. "Só depois
do laudo da necropsia podemos confirmar 100% se foi um suicídio”, disse a
delegada informando que a polícia vai ouvir os detentos e de acordo com os
relatos traçar um perfil do aposentado.
Relembre o caso
Estevão de Souza Barreto, que residia
no bairro Campo do Gado, foi flagrado na manhã do dia 21 de agosto, usando uma
pistola calibre 6.35 e um martelo. Ele tentou matar duas meninas, uma de 11 e
outra de 12 anos. O pai de uma das vítimas foi quem acionou a polícia.
Após as tentativas de homicídio,
Estevão entrou no veículo Gol, de placa JOW-3137 e tentou se matar. Dentro do
carro havia um botijão de gás e material explosivo, além da arma e do
martelo.
No complexo policial, antes de ser
interrogado, Estevão confirmou que pretendia matar a primeira criança a tiros,
mas errou e usou um martelo para assassiná-la. Ele demonstrava desequilíbrio
psicológico e afirmou que tomou essa iniciativa porque a menina estava sendo
abusada sexualmente por um vizinho e se queixou a ele que não suportava a dor.
Estevão disse que a menina pediu que ele a matasse.
O suspeito ainda contou que costumava
olhar as partes íntimas da criança e disse que se considera um pedófilo. Quanto
à segunda criança que Estevão tentou matar, ele disse não lembrar de ter
atirado nela.
Estevão contou que ao entrar no carro
com o material explosivo tinha a intenção de se matar. "Atrás do banco tinha
uma garrafa de dois litros de gasolina. Eu ia jogar no meu corpo e tocar fogo,
eu ia me incendiar e virar fumaça”, disse.
O ajudante de pedreiro Felipe Teles
Menezes, pai da menina atingida por marteladas na cabeça, foi quem acionou a
polícia. Ele contou que a filha passava na rua e o criminoso a chamou para
dentro de casa. Momentos depois, um filho dele o chamou dizendo que Estevão
estava tentando matar a criança. As meninas foram levadas para o Hospital
Estadual da Criança (HEC). A que foi agredida com marteladas teve
afundamento no crânio.
Fotos: Arquivo - Ney Silva/Acorda
Cidade
Fonte: Acorda Cidade
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