Terminou sem acordo a reunião na noite de quinta-feira (5) entre a reitoria da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), cidade localizada a cerca de 100 km de Salvador, e o grupo de 15 estudantes que ocupa o restaurante universitário da instituição há 86 dias. Seguranças chegaram a cercar o prédiodo restaurante universitário, onde os alunos estão acampados desde abril. Os estudantes alegaram que não houve acordo porque eles só deixariam o prédio se a direção da universidade retirasse os seguranças. A reitoria exigiu que os manifestantes assinassem um documento se comprometendo a desocupar o local, mas eles se recusaram.
Os alunos reivindicam melhor higiene do espaço, fiscalização sanitária, melhoria da qualidade dos alimentos e que a comida passe a ser fornecida gratuitamente para todos os estudantes, e não somente para os residentes, já que é cobrado R$ 1 por refeição.
"Nós já temos, mantemos o processo bandejão, que é um restaurante subsidiado. Os nossos estudantes têm uma cota de refeições, por exemplo de almoço, de 1.200 almoços que são subisidiados a R$ 1. Nós já acertamos aumentar esse número de alimentação subsidiada. Existem 300 estudantes que recebem alimentação total de graça e nós queremos aumentar esse contigente", afirmou o José Carlos Barreto, reitor da Uefs.
Em nota divulgada pela Universidade na quinta-feira (5), a instituição afirma que foram adotadas medidas para a desocupação do espaço, pois a comunidade universitária pede o retorno das atividades do restaurante e o local foi isolado porque o grupo de estudantes se recusa a negociar.
Isolamento
Todo o prédio está sem água e sem luz. O fornecimento foi
interrompido na manhã de quarta-feira (4). As janelas também
foram bloqueadas com tapumes. A intenção foi evitar a entrada de
água e comida. A circulação de pessoas no local está proibida, com
ressalva para a saída dos alunos que ocupam o prédio. Membros da
reitoria e alguns professsores da universidade permaneceram no
local para evitar confrontos entre os seguranças e os invasores. A
reitoria da Uefs informou que foi criada uma comissão para apurar
as responsabilidades de possíveis danos ao patrimônio da
instituição.
Em nota, a universidade diz que entre as reivindicações dos manifestantes a única solicitação que não foi atendida é referente à relocação imediata do restaurante self-service para outro local, fato que implica na ampliação do espaço. A Uefs afirma ainda em nota que se compromete a atender a solicitação dos manifestantes, mas ressalta que precisaria de tempo para a construção do espaço, além de aguardar o término do contrato com a empresa terceirizada que serve o restaurante e de realizar nova licitação. Entenda o caso
A ocupação do restaurante universitário ocorreu na madrugada do dia 12 de
abril. Na ocasião, cerca de 60 estudantes ocuparam o local e montaram
acampamentos. Os estudantes também pedem que o restaurante funcione nos
finais de semana e que seja ampliado. Várias reuniões foram realizadas entre
os estudantes e a reitoria da Uefs, mas não houve acordo. O Restaurante da
Universidade Estadual de Feira de Santana é dividido em dois, um self-service,
apelidado de "burguesão”, com preços mais altos que o outro, conhecido por
"bandejão”.
Intitulado de "Coletivo Rapinagem”, o grupo reivindica o fechamento do "burguesão” e ampliação do "bandejão” para os estudantes. Com a ocupação, os dois restaurantes não funcionam pois a cozinha dos dois níveis foi ocupada pelo estudantes. |