Cerca de 600 quilos de droga apreendidos este ano em Feira de Santana e região foram incinerados na manhã desta terça-feira (25), em uma cerâmica na BR-324 próximo ao Parque de Exposição João Martins da Silva, em Feira de Santana.
De acordo com o delegado Matheus Souza, 2014 foi um ano atípico por conta da Copa do Mundo. Segundo ele, as fronteiras do país foram mais vigiadas e por conta disso a quantidade da droga apreendida foi considerada menor que em anos anteriores.
“Acho que isso é até positivo, um sinal de que menos drogas circulou no nosso município. Sabemos que existe uma grande quantidade circulando – em termo de vendas e varejo – porque houve uma manipulação das drogas que já havia aqui, mas a Copa do Mundo dificultou a chegada de drogas para o consumo. Isso é positivo, e esperamos que no ano que vem tenhamos um número menor, se possível”, disse.
O delegado ressalta que apesar da redução observada no número de apreensões de drogas neste ano, o número de inquéritos abertos foi alto.
“Há uma grande quantidade de traficantes vendendo substâncias entorpecentes e já prendemos muita gente, muitos inquéritos foram feitos. Nestes termos não houve uma redução, muito pelo contrário, há uma equivalência. Acreditamos que até o fim do ano tenhamos muito trabalho a ser feito, e os policiais estão de parabéns pelo trabalho feito, tanto a Polícia Militar quanto a Polícia Rodoviária Federal. Só temos a agradecer o empenho e o trabalho de todos”, declarou.
Matheus Souza informou que o prejuízo gerado ao tráfico de drogas com essa apreensão é de em torno 15 a 20 milhões de reais, só de cocaína.
“A droga é diversificada, maconha, cocaína, crack, mas acreditamos que renderia muitos milhões de reais. Só de cocaína, nós acreditamos que há um prejuízo de 15 a 20 milhões de reais porque da chamada cocaína de escama foram apreendidos mais de 100 kg, fora a maconha e outros tanto tipos de drogas que foram tiradas de circulação.
Segundo ele, a droga vendida a varejo é totalmente manipulada. “É encontrada pouca quantidade nas petecas de cocaína. Então há uma manipulação em que se coloca maisena e a pessoa acaba usando outras substâncias. Não dá para perceber porque eles ficam entorpecidos pela substância, mas há sim uma manipulação por parte dos traficantes, principalmente da cocaína, e faz com que as pessoas que estão consumindo tenham a certeza de que é um produto puro”, explicou.
Há um produto puro, segundo o delegado, que é mais caro. Por exemplo, 5g da cocaína de escama chegam a custar de R$ 70 a R$ 80 e da cocaína normal custam de R$ 10 a R$ 20.
“Cerca de cinco milhões de cocaína foram apreendidos e ainda há um volume a ser investigado, mas o importante foi que o trabalho foi de total empenho. Os policiais esse ano foram deslocados para Salvador. Com o advento da Copa do Mundo, tudo isso tem que ser levado em consideração. Muitas operações foram realizadas. O ano não acabou ainda, há muito para se fazer e esperamos que possamos prender mais gente, mais drogas, para nossa cidade se ver livre, um pouco mais, dessa turbulência que a droga causa, que são os homicídios, furtos e roubos para o consumo”, declarou.
Locais com maior índice de apreensão em Feira de Santana
O delegado Matheus Souza informou que em relação aos locais de Feira de Santana com maior índice de apreensão, não há um local específico. No entanto, nos bairros populosos há um consumo elevado de drogas e apreensões por conta das abordagens.
“Há uma diversificação em relação aos locais. Existem meses que o índice foi maior no bairro Queimadinha, outros no Tomba, George Américo. Não há um local específico em Feira de Santana. Por exemplo, quando se colocou o posto avançado da Polícia Militar nos bairros, as ocorrências diminuíram, mas no mês seguinte aumentaram, então não temos um número específico”, disse.
Origem da droga
Segundo o delegado, a maconha atualmente tem vindo do Paraguai, Foz do Iguaçu e outros locais. “Há plantação de maconha em Pernambuco, na região de Petrolina, Juazeiro, Irecê e Xique-xique, mas no que diz em respeito à maconha, hoje tem vindo também do Paraguai, das fronteiras. Isso tem ocorrido muito. Em relação à cocaína, ela vem de fora, nós temos certeza de que essa droga é manipulada na Bolívia e no Paraguai. Nessas regiões, vem em grande quantidade e é distribuída na Bahia e para outros estados. Nós trabalhamos para tentar descobrir a origem, mas quando se trata de rota internacional isso já parte pra outra seara, que é a Polícia Federal, concluiu”.
Fonte: Acorda Cidade
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