A dificuldade para mover as pernas por causa uma lesão medular ocorrida há nove anos não esmoreceu o baiano, nascido em Itapetinga, Renê Pereira, 35 anos, faixa preta em karatê. Pelo contrário. Ele superou a limitação física e se tornou um dos principais paratletas do país na modalidade remo adaptado – esporte aquático de velocidade praticado sobre barcos estreitos.
“Conheci o remo em 2012. Faltavam seis meses para as Olimpíadas. Perceberam que eu tinha um potencial. A lesão medular acabou me dando esta possibilidade ao esporte por questões do melhoramento da autoestima, do condicionamento físico. Aí, o espírito competitivo aflorou e comecei a me dedicar”, explica o paratleta.
René, que desde junho é apoiado pelo Programa Estadual de Incentivo ao Esporte Amador do Estado da Bahia (FazAtleta), é um dos fortes nomes para garantir uma medalha para o Brasil nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro em 2016. A vaga conquistada para as Paralimpíadas é resultado da participação no Campeonato Mundial de Remo, realizado no início de setembro, em Chamberry, na França, onde foi vencedor na final B e conquistou o quinto melhor tempo da competição.
Renê é um dos atletas do Clube de Regatas São Salvador, no bairro da Ribeira. E é nas águas da Península Itapagipana que ele realiza parte dos treinos, seis vezes na semana. A intimidade e empenho dele com o remo são tão grandes que impressionaram a treinadora Marilena Barbosa e o diretor-presidente do clube, Mario Agra.
“É uma projeção para o clube. O Renê é um atleta muito dedicado. A condição que temos a oferecer a ele é muito aquém do que ele precisa e merece. É muito bom tê-lo aqui; um atleta que buscou a classificação para as Olimpíadas muito por méritos próprios dele”, explica a treinadora. |