Genilce Pereira dos Santos, de 59 anos, ex-secretária do assentamento
Frei Vantuí, que fica na rodovia Ilhéus-Itabuna, no sul da Bahia, foi
assassinada na quarta-feira (18). Ela deixou o cargo em janeiro porque
vinha sendo ameaçada de morte, depois de fazer denúncias de
irregularidades no assentamento.
"Eu registrei queixa na polícia, pedi providências ao Incra, porque o
nosso medo, como Genilce era a secretária e eu a presidente, a gente
temia perder a vida, porque ameaças tinham sido feitas", destaca Maisa
Fontana, presidente do assentamento.
A ex-secretária foi encontrada morta dentro de casa com vários
ferimentos na cabeça. A equipe de polícia civil de Ilhéus encontrou no
quintal uma marreta suja de sangue que pode ter sido usada no crime.
Também serviu como prova um caderno com anotações da vítima. Genilce era
viúva e morava no assentamento com um dos filhos há 14 anos. Foi ele
quem encontrou o corpo da mãe. Três testemunhas foram levadas para a
delegacia.
"Tudo depende dessas primeiras declarações para se posicionar nas
próximas diligências que serão feitas. Outras pessoas serão chamadas,
visto que a vítima já sofria ameaças de morte", diz Lisdeily Nobre,
delegada plantonista.
O representante do Incra ( Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária) da unidade de Itabuna não foi autorizado a dar entrevista, mas
disse que o órgão abriu uma sindicância em maio para apurar as ameaças
de morte, as denúncias de compra e venda de lotes e de pessoas que
trabalham fora do assentamento. Segundo ele, a apuração que tinha sido
suspensa por causa de uma greve dos servidores, será encaminhada para a
procuradoria do órgão em Salvador. |