O
ex-prefeito do município de Poções, Luciano Araújo Mascarenhas e o
ex-secretário de Saúde da cidade, Gilvan Pereira de Almeida, estão sendo alvo
de uma ação ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF/BA) por improbidade administrativa.
A ação também pede o bloqueio de bens e contas bancárias dos envolvidos até que
R$ 2,4 milhões de reais sejam devolvidos aos cofres públicos.
Segundo
o inquérito civil público que dá embasamento à ação, Luciano e Gilvan orquestrava
um esquema ilegal envolvendo a compra de combustíveis para os veículos da
prefeitura de Poções. Em 2009, foi realizado um processo licitatório do qual a
empresa vencedora, que apresentou uma proposta de R$ 3,7 milhões, pertence ao
ex-secretário.
Contudo, o consumo total da prefeitura no ano de vigência do contrato foi de
menos de R$ 1 milhão. O MPF acredita que o valor foi propositalmente alto para
que, após final do ano, os dois se utilizassem do argumento de "saldo
licitado" para fazer a renovação. Com isso, a empresa de Gilvan poderia
fornecer combustível até o fim do mandato de Luciano Araújo.
Outra
irregularidade foi observada em março de 2010, três meses após o processo
licitatório. Gilvan foi nomeado secretário de Saúde do município e teria
colocado sua esposa e sócia da empresa para assinar os contratos firmados com a
prefeitura, para escapar à lei que proíbe servidores públicos de se
beneficiarem de licitações.
Além
disso, em 2012 a prefeitura passou a gastar muito mais combustível do que nos
dois anos anteriores - cerca de 50% a mais, passando de R$ 940 mil em 2011 para
R$ 1,4 milhão em 2012.
Se condenados, os
dois terão de ressarcir os danos causados ao patrimônio público, pagar multa e
perderão o direito de exercer cargo público, contratar com o poder público o u
mesmo receber benefícios, incentivos fiscais e crédito pelos próximos cinco
anos. O ex-prefeito e o ex-secretário também perderão os direitos políticos
pelo prazo de cinco a oito anos, assim como os bens adquiridos com os valores
ilicitamente ganhos. Fonte: Correio |