Mais de 1200 alunos de colégios da rede estadual localizados em Salvador e na região metropolitana apresentaram, nesta sexta-feira (18), projetos de arte e cultura no Centro Educacional Carneiro Ribeiro (Escola Parque), no bairro da Caixa D’água. O evento, que contou com produções de autoria dos estudantes nas áreas de dança, música, coral, poesia e artes visuais, funcionou como uma seletiva para programas estaduais de incentivo à educação cultural que acontecem nas instituições públicas de ensino durante todo o ano letivo.
“Hoje nós vivemos um momento ímpar no nosso país, que é a valorização da arte como fator de desenvolvimento do indivíduo. Tem sido necessário trazer essa iniciativa para a Escola Parque. Os programas do Governo do Estado incentivam isso e valorizam os protagonistas do processo, que são os estudantes. A educação é muito mais do que a transmissão de conteúdo nas salas de aula”, afirma o diretor-geral da Escola Parque, Gedean Ribeiro.
Um júri técnico formado por profissionais específicos de cada área artística fica responsável pela escolha dos melhores projetos. Os alunos que tiverem as produções mais votadas avançam em programas como o Festival Anual da Canção Estudantil (Face), Tempos de Arte Literária (TAL), Artes Visuais Estudantis (AVE), Produção de Vídeos Estudantis (Prove), Educação Patrimonial e Artística (EPA), Dança Estudantil (Dance), Encontro de Canto Coral Estudantil (Encante) e os Jogos Estudantis da Rede Pública (Jerp). Os selecionados irão participar da culminância dos projetos no Encontro Estudantil, previsto para dezembro, na Itaipava Arena Fonte Nova, em Salvador.
Literatura
O estudante Eduardo Marins, 16 anos, apresentou a poesia que escreveu no Colégio Estadual Bolívar Santana, onde estuda. Para declamar, teve que superar a timidez, uma característica marcante do garoto. “Estou muito feliz em estar aqui, até porque não esperava ser o melhor do colégio, ainda mais um dos 15 melhores da rede estadual. Sou tímido, mas consigo me expressar muito bem através das poesias. Escrevo há alguns anos e o colégio tem me incentivado a desenvolver esse dom”, conta Marins.
Quem foi o intérprete da poesia de Eduardo foi o colega de turma, Victor Dória, também de 16 anos. O estudante revela a rotina intensa de ensaios - sempre no turno oposto ao da aula - para a preparação. “Ensaiamos bastante, exaustivamente, mas vale a pena. Nós nos mostramos para a sociedade, fazemos ela enxergar que somos capazes de fazer coisas maravilhosas. Isso contribui para o nosso aprendizado e para a autoestima também”, destaca Dória.
A aproximação entre a cultura e a educação tem sido estratégica para o desenvolvimento de estudantes. Desde 2007, a Secretaria de Educação vem realizando políticas culturais e esportivas com a juventude estudantil na rede estadual. Para o encerramento do ano letivo, os alunos já trabalham na adaptação do clássico ‘Pequeno Príncipe’ e do musical do ‘Rock ao Pop’, que será apresentado divido por décadas nas apresentações que serão realizadas no Teatro da Escola Parque.
Educação de Jovens e Adultos
As apresentações não foram realizadas apenas pelos estudantes de nível fundamental e médio. Alunos do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) também tiveram a oportunidade de mostrar um pouco do talento. O destaque ficou por conta do detento Benedito de Freitas, de 64 anos, aluno do Colégio Professor George Fragoso Modesto, que funciona na Penitenciária Lemos Brito, no bairro da Mata Escura.
Freitas escolheu como temática as diversidades encontradas no Sertão baiano. “Eu gosto de escrever e conto com o apoio dos professores para continuar escrevendo. Gosto de me expressar com textos, principalmente cordéis. Registro tudo o que admiro. É um trabalho que me faz bem. Me ajuda a ficar concentrado em coisas boas”.
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