Se o candidato tucano José Serra (PSDB) abriu mão de fazer oposição
ao atual governo e à candidata Dilma Rousseff (PT), e apenas aborda o
aspecto ético e legal do episódio da quebra de sigilos, coube a
imprensa mostrar o que houve de errado na gestão de Dilma no Governo
Federal. Em matéria publicada neste domingo (5), a Folha de S. Paulo
revela que um erro cometido à frente do Ministério de Minas e Energia,
apontado previamente pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em um
processo que se arrastou por sete anos, gerou prejuízo ao consumidor de
R$ 1 bilhão. Uma auditoria do próprio governo confirma o erro. Segundo
as decisões do tribunal, Dilma tardou em reconhecer e corrigir
deficiências na tarifa social, um benefício concedido a consumidores de
luz de baixa renda. O erro resultou no gasto inadequado, entre 2002 e
2007, de R$ 2 bilhões de um fundo mantido por consumidores de todo o
país. Do total, R$ 989 milhões corresponderam à passagem de Dilma pelo
ministério, de 2003 a 2005. A tarifa é coberta por um encargo embutido
na conta de luz, a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético). Gerido
pelo governo, o fundo CDE remunera as distribuidoras de energia de
acordo com o número de famílias beneficiadas pela tarifa social, além
de bancar o Luz para Todos e outros programas federais. A distorção
aponta que consumidores pobres subsidiaram as contas de ricos.