A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira (1º) o reajuste
médio de 19,4% aos beneficiários do programa Bolsa Família, com
elevação real de 8,7% sobre a inflação do período de setembro de 2009 a
março de 2011.
O maior aumento, de 45,5%, será dado a crianças e adolescentes de até
15 anos. O valor concedido aos jovens entre 16 e 17 anos também é
significativo: 15,2%.
Com a correção, o menor valor pago pelo programa passa de R$ 22 para R$
32 e o maior, de R$ 200 para R$ 242. O benefício médio atual, de R$ 96,
subirá para R$ 115.
Segundo o governo, 12,9 milhões de famílias em todo o Brasil recebem o
benefício, cerca de 50 milhões de pessoas com renda mensal per capita
de até R$ 140.
O sertão baiano foi escolhido pela presidente como palco do anúncio do
primeiro reajuste de seu governo no valor dos benefícios do Bolsa
Família, principal programa de transferência de renda federal.
O anúncio foi feito durante a visita de Dilma a Irecê, município localizado no Polígono das Secas, a 478 km de Salvador.
O reajuste havia sido prometido pela própria presidente, em novembro,
logo após sua eleição. "Eu não sei hoje dizer qual é esse reajuste, mas
que terá reajuste eu asseguro que terá", disse na ocasião.
O valor do benefício está congelado desde setembro de 2009. Na época, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu um aumento real (acima
da inflação) de 4% ao Bolsa Família.
ORÇAMENTO
O anúncio da presidente Dilma, que colocou como prioridade do seu
governo a erradicação da miséria, foi feito em meio à definição de
cortes de R$ 50 bilhões no Orçamento deste ano, e logo após o aumento
do salário mínimo para R$ 545.
Apesar de afirmar que as despesas com os programas sociais e com os
investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) serão
integralmente mantidos, o governo anunciou ontem que o corte de
despesas no Orçamento deste ano irá afetar fortemente o programa
habitacional Minha Casa, Minha Vida.
O programa terá uma contenção de mais de R$ 5 bilhões nos repasses do
governo, o que representa 40% de corte --passará de R$ 12,7 bilhões
para R$ 7,6 bilhões.
CORTES
Segundo o detalhamento do corte das despesas do Orçamento, os gastos
discricionários dos ministérios tiveram uma redução de R$ 36,2 bilhões.
Os vetos à Lei Orçamentária respondem por R$ 1,6 bilhão em despesas.
Já as despesas obrigatórias tiveram uma redução de R$ 15,7 bilhões,
sendo R$ 3,5 bilhões de gastos com pessoal, R$ 8,9 bilhões nos
subsídios, R$ 2 bilhões de gastos previdenciários e R$ 3 bilhões em
abono salarial e seguro-desemprego.
Houve, contudo, um acréscimo de R$ 3,5 bilhões em créditos extraordinários, para o Nordeste e a Amazônia.
Fonte: RFReportagem
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