O professor de direito do UniCeub e coordenador-adjunto da mesma cadeira
na Faculdade Projeção Rendrik Vieira Rodrigues, 35 anos, se entregou
ontem na 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas) após matar a
estudante Suênia Sousa Faria, 24. A jovem, que era aluna do 7º semestre
do curso de direito no UniCeub, foi surpreendida por Rendrik quando
entrava no carro para deixar a faculdade, na Asa Norte, por volta das
14h30. Segundo a polícia, ele teria entrado no veículo do marido da
vítima, um Sandero prata (JGO-3522). Suênia chegou a gritar por socorro.De
lá, eles seguiram pela Via Estrutural. De acordo com a polícia, a jovem
teria ligado para o marido, informando que reataria o relacionamento
com Rendrik. O marido, no entanto, estranhou o tom de voz da esposa, que
estava muito nervosa e confusa. Ao desligar o telefone, ele seguiu até a
12ª DP (Taguatinga Centro) e registrou um boletim de ocorrência.Segundo o depoimento do professor, durante o percurso, na altura da
Estrutural, os dois se desentenderam e ele disparou três vezes contra
ela com uma pistola .380: duas na cabeça e uma no tórax. De acordo com a
polícia, quando chegou à delegacia o professor relatou aos agentes ter
rodado pela cidade com a estudante já morta. "Fiz uma besteira”, teria
dito aos policiais. "Pode ser que ele tenha se apresentado
espontaneamente pensando em reduzir a pena, mas como já existia um
boletim de ocorrência (registrado pelo marido em Taguatinga), ele foi
preso em flagrante”, afirmou o delegado-chefe da 27ª DP, Alexandre
Nogueira.Ao Correio, a irmã da vítima, Silene Sousa Faria, 34
anos, contou que os dois tiveram um relacionamento amoroso durante dois
meses, quando ela esteve separada do marido. SeparaçãoHá
cerca de três meses, no entanto, a jovem reatou o casamento de três
anos e dispensou Rendrik. Desde então, segundo Silene, ele passou a
ameaçar a irmã de morte, por telefone e pessoalmente, e a enviar
mensagens eletrônicas ao marido de Suênia contando detalhes do
envolvimento que manteve com ela. "Ele se apaixonou perdidamente por ela
e não aceitava o término do relacionamento. Ele ligava direto, mas a
minha irmã não atendia. Fez um inferno na vida dela e do marido”, conta a
irmã.De acordo com familiares da vítima, as intimidações do
professor assustaram a estudante, que passou a chegar à faculdade
exatamente no horário das aulas e deixar a unidade assim que encerrava
as atividade acadêmicas para evitar se encontrar com ele. "Ele falava
que se a Suênia não ficasse com ele, não ficaria com mais ninguém. Ela
fugia nos intervalos e ia embora logo no fim da aula”, relatou a irmã.
Ontem, Silene pediu à operadora de celular o bloqueio das chamadas de
Rendrik para o número da irmã.O advogado trabalha há cerca de um
ano e meio na Faculdade Projeção. Atualmente, é coordenador-adjunto do
curso de direito da unidade de Taguatinga. Por meio da assessoria de
imprensa, a instituição de ensino informou que, no exercício da
profissão, Rendrik sempre foi um profissional "extremamente correto,
como é de conhecimento de todos os alunos e colegas de trabalho”. A
instituição lamentou o ocorrido, mas alegou que não comenta a vida
privada dos funcionários. A reportagem não obteve retorno da assessoria
de imprensa do UniCeub.Suênia morava em Águas Claras e sonhava
em ser delegada. Natural de Pombal (PB), chegou a Brasília aos 3 anos e
era a caçula de quatro irmãos.Fonte: Correio Braziliense |