Após o ultimato dado pelo comando da PM do Rio de Janeiro, criminosos
do Complexo do Alemão, na Zona Norte da capital, começaram a se
entregar na tarde desta sábado, 27. O primeiro a se render foi
traficante conhecido como Mister M, preso na 6ª Delegacia de Polícia
(Cidade Nova).
Segundo informações do G1, Mister M era braço
direito e fazia a segurança do traficante Pezão, chefe do tráfico no
Complexo do Alemão. O Disque-Denúncia oferecia uma recompensa de R$ 1
mil por informações que levassem à prisão do criminoso.
A Polícia Militar montou uma estrutura especial na
esquina da rua Joaquim de Queiroz com a estrada do Itararé, definida
como ponto em que os traficantes do Complexo do Alemão devem se
entregar. Dois micro-ônibus e um caminhão-base estão estacionados no
local, além de veículos blindados.
Na tentativa de atuar como mediador da situação, o
diretor executivo do Grupo AfroReggae, José Júnior esteve no Complexo
do Alemão nesta tarde para conversar com as pessoas do morro. "Alguns
querem se entregar, outros não. Mas aquela famosa marra, eu não vi.
Recomendei que se entregassem para evitar mais violência e um banho de
sangue”, relatou José Júnior.
Negociações - Cerca de uma hora após o pedido do comandante-geral da PM
do Rio, coronel Mário Sérgio Duarte, para que os traficantes do
Complexo do Alemão se entregassem, Júnior subiu acompanhado por cinco
homens por uma das ruas transversais da Avenida Itararé, uma das
principais do conjunto de favelas. No Twitter, o diretor do AfroReggae
postou que estava com "o pastor Rogério, Chechena, JB, Cristiano,
Bororo e equipe. Viemos por livre e espontânea vontade. Todos os riscos
são da nossa responsabilidade".
O coordenador da ONG destacou que, no entanto, não se ofereceu para
descer da comunidade com nenhum criminoso ou levar qualquer pedido dos
traficantes às autoridades. Pelo seu ativismo para evitar conflitos
entre o tráfico e a polícia, José Júnior ainda denunciou que tem sido
alvo de lideranças criminosas que estão em penitenciárias federais.
José Júnior confirmou que o clima no morro está tenso, mas disse
acreditar que o confronto "que todos estavam esperando não vai
acontecer”. O coordenador do Grupo AfroReggae afirmou ainda ter
conversado com policiais e que "todos querem resolver da melhor maneira
possível".
*Com informações da Agência Estado e Agência Brasil.
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