O presidente da Associação de Hospitais da Bahia,
Marcelo Britto, esclareceu na manhã desta quinta-feira (28), em
entrevista ao Correio24horas, que a proposta de redução em 25% no
atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) à população de Salvador,
mensalmente, partiu da Prefeitura. De acordo com Britto, essa foi a
forma que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) teria encontrado para
compensar o corte no repasse de verbas, que já seria realizado no
início de maio, relativo aos serviços prestados no mês de abril.
"Recebemos um comunicado da Secretaria Municipal de
Saúde de que, devido a um rombo no orçamento para o setor, já a partir
do mês de abril haverá um corte de 25% dos serviços prestados por
hospitais e clínicas particulares que atendem pelo SUS em Salvador. A
própria Secretaria orientou a Associação a diminuir o atendimento aos
usuários. Como o mês de abril já está no final, a interrupção dos
atendimentos só deverá acontecer entre os dias 16 e 23 de maio, caso a
decisão seja mantida", informou Britto.
O presidente da Associação de Hospitais ainda
informou que a prefeitura deixou o grupo livre para escolher como a
diminuição do atendimento aconteceria, e que, durante reunião na noite
desta quarta-feira, o modelo de parada semanal foi aprovado. Ainda de
acordo com Britto, o secretário não compareceu à reunião e informou
incompatibilidade de agenda.
Em entrevista concedida à TV Bahia, o secretário
Municipal de Saúde, Gilberto José, esclareceu que "a Secretaria recebe
R$ 24 milhões do Governo Federal e gasta R$ 30 milhões. Então, fechamos
o mês com R$ 6,1 milhões de dívida. Precisamos recompor este teto.
Enquanto não conseguimos isto junto ao Governo Federal, teremos que
procurar alternativas para evitar este sangramento nos recursos
públicos”, afirmou. Na mesma entrevista, o secretário informou que o
atendimento à população não seria prejudicado.
Salvador possui 433 clínicas particulares
conveniadas à SMS e que atendem, em média, 1,9 milhões de pessoas ao
mês. Caso a paralização mensal seja confirmada, durante o período, os
usuários do SUS deverão dirijir-se apenas aos postos municipais de
saúde. A Associação de Hospitais da Bahia teme que as unidades não
tenham capacidade para atender toda a população, o que provocaria uma
desassistência no setor. O Correio24horas tentou contato com o celular
do secretário Gilberto José, mas sem sucesso. |