Dirigentes da CNDL (Confederação Nacional de
DirigentesLojistas) e do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) acreditam
que o consumo de combustíveis e lubrificantes, responsável por metade (48%) do
volume de vendas do comércio no mês de junho de 2013, tenha camuflado o atual
cenário vivido pelo comércio varejista. Segundo dados divulgados na
quarta-feira (14/8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), o volume devendas registrado pelo varejo aparentemente
apresentou um resultado satisfatório: crescimento de+1,7%, (junho de 2013
frente a junho de 2012). No entanto, assim que tiveram acesso aos
dados, os líderes do movimento lojista identificaram desacelerações de
crescimento em cinco dos oito setores avaliados pela pesquisa do IBGE, sobretudo
nos setores de vestuário, móveis, papelaria e supermercados. "O setor varejista
precisa ser movimentando como um todo. Se não fosse o forte consumo no segmento
de combustíveis, o crescimento teria caído pela metade”, avalia Roque
Pellizzaro Junior, presidente da CNDL.
Para o líder varejista, a atual conjunta não é
de queda de consumo interno, mas de desaceleração. "Cresce, mas cresce menos do
que poderia crescer e menos do que vinha crescendo nos anos anteriores. O
Brasil colocou o pé no freio a partir de outubro de 2012. Por quê? O país neste
ano não conta mais com o tripé de sustentação formado pó alta geração
de emprego, crédito barato e expansão da renda real”, explica Pellizzaro
Junior. Na avaliação da CNDL e do SPC Brasil, o país corre o risco de
sacrificar o crescimento econômico, em virtude da atual política econômica de
aumento progressivo da taxa básica de juros, a Selic. "O Banco Central aumenta
a taxa de juros para ajudar a conter a inflação, como um médico
que receita o seu paciente. No entanto, a dose não pode ser tão alta
a ponto de o remédio matar o doente”, compara Pellizzaro Junior. Fonte: Tribuna da Bahia |