A
celulite é uma velha e desagradável conhecida nossa. Boa parte do sexo
feminino convive com esse tormento, cerca de 95%(!). Apesar de ser um
problema comum, as causas são complexas. Geralmente, estão ligadas às
grandes alterações hormonais, como puberdade, gravidez e uso de
anticoncepcionais, por exemplo. No entanto, a ciência, aliada de toda
mulher, não dá trégua, e novas terapias prometendo mundos e fundos -
sem os indesejáveis furinhos, claro! – não param de surgir. E as
novidades são muitas. Para se ter uma idéia, elas vão desde bermudas
que combatem à celulite à injeção de gás carbônico nas áreas afetadas.
Antes
de partir para o ataque, é importante saber que a celulite se divide em
graus. Nas mais sortudas, as de grau um, elas só aparecem se a pele for
comprimida. Normalmente são encontradas em adolescente, mas algumas
crianças têm propensão também. Já as de grau dois, ainda aceitáveis
(sejamos bondosas), são visíveis sem a compressão e formam pequenas
ondulações na pele. Esses dois níveis, obviamente, são mais fáceis de
tratar.
O
problema começa a complicar quando os nódulos se tornam indisfarçáveis
e endurecidos. Isso quer dizer que já ocorreu fibrose, cicatrizes
internas provocadas por um processo inflamatório, caracterizando o grau
três. As de quarto grau deixam a perna inchada, dolorida e com
constante sensação de cansaço.
As novidades
A
última novidade em termos de terapia contra celulite é a injeção de gás
carbônico na camada subcutânea da pele, diretamente nos nódulos de
gordura. Esse tratamento é chamado de carboxiterapia, e tem feito
sucesso no Brasil e no exterior. Por mais estranho que possa parecer, o
gás carbônico, quando aplicado em pequenas quantidades, deixa as
células gordurosas mais permeáveis. Dessa maneira, as gorduras saem das
células e são eliminadas pelo sangue. E não é só contra a celulite que
o gás carbônico tem se mostrado eficiente, a carboxiterapia trata
também estrias, flacidez e gorduras localizadas em várias partes do
corpo.
De
acordo com Juan Ceminário, médico especialista em medicina estética, da
clínica PiùBella, no Rio de Janeiro, os resultados aparecem
rapidamente. "Na quarta sessão o resultado já é visível", afirma o
médico. O tratamento completo tem duração de 12 a 20 sessões para
eliminar as gorduras. Depois disso, uma manutenção mensal é suficiente.
A garantia é de pele lisinha por um ou dois anos. "A aplicação pode ser
feita em qualquer grau. Se a pessoa tiver muita celulite, os resultados
ficam melhores se associarmos o tratamento à mesoterapia e drenagem
linfática”, explica Dr. Juan.
A
carboxiterapia pode ser feita por qualquer mulher, desde que ela não
tenha nenhuma doença pulmonar nem insuficiência renal. Só tem um porém:
a aplicação dói um pouquinho... Tudo bem. Se ver livre das celulites
vale esse sacrifício, não acha?
Sem celulite e sem dor
No
entanto, se você não quer de maneira nenhuma sentir dor, a saída pode
ser a eletroporação, um novo método de intradermoterapia – livre das
agulhas. O tratamento consiste em três etapas: a esfoliação, para a
retirada de células mortas; a micro-corrente, um aparelho com eletrodos
para ativar o metabolismo celular; e, por fim, a eletroporação, uma
espécie de ultra-som, que vai aplicar os princípios ativos nas células,
os mesmos da intradermoterapia: ionbina, cafeína, centella e thiamucase.
Segundo
a esteticista Zélia Carvalho, da Benessere Clinic, no Rio de Janeiro,
essas substâncias usadas são lipossomadas, ou seja, são mais
compatíveis com a membrana plasmática. "A absorção é mais rápida e a
nutrição acaba sendo de dentro para fora. Esse é o grande diferencial
do método”, explica Zélia. Mas, para se obter resultado, são, no
mínimo, dez sessões. Cada uma custa em torno de R$ 150,00. O
investimento compensa: as substâncias usadas, além de tratarem a
celulite, servem para estrias, gorduras localizadas, flacidez, manchas,
acne e rejuvenescimento facial. Será o fim de todos os nossos problemas?
Praticidade
Agora,
se você não tem muito dinheiro ou tempo para esses tratamentos
estéticos, uma opção é recorrer à novíssima bermuda anticelulite. Ela
custa em torno de R$ 300,00 e promete reduzir os furinhos em até 65%.
"Em qualquer grau a utilização resultará numa perceptível atenuação da
celulite. Por exemplo, a paciente com grau quatro poderá cair para o
grau três. No caso do grau um, a mulher pode ficar sem celulite ou,
pelo menos, manter este grau. Utilizando a bermuda, a celulite não
evoluirá mais, ficará estagnada”, explica Luiz Augusto Conrado,
engenheiro biomédico, criador da peça.
Mais
prática que qualquer outro método, só é preciso vesti-la por seis horas
diárias. O segredo seria o revestimento de biocerâmica, um micro-pó de
princípio ativo com alumina e sílica que, em contato com o corpo
humano, tem uma propriedade de absorção e emissão de calor, capaz de
estimular o metabolismo e melhorar a circulação sanguínea. Em um mês de
uso, é possível ver os resultados.
De
acordo com a Invel, fabricante da bermuda, a biocerâmica funciona como
o raio laser de baixa potência. Porém, por ser mil vezes mais fraca que
ele, pode ser usada em áreas maiores, por mais tempo, sem riscos nem
efeitos colaterais. Além de tratar a celulite, a bermuda promete outros
benefícios como a diminuição de dores, relaxamento muscular, redução de
gorduras e culotes, eliminação de edemas e regulagem do intestino,
entre outras vantagens.
Evite a cirurgia
Quando
a celulite chegou ao quarto grau, não tem jeito. A melhor opção ainda é
a subcisão, uma técnica cirúrgica que vai cortar a fibrose. Assim, a
gordura é liberada do tecido adiposo e a pele volta ao normal. "Como é
uma cirurgia, o tempo de recuperação é maior. Na primeira semana, ficam
muitos hematomas. Depois aparece uma vermelhidão. Recomenda-se que a
mulher não se exponha ao sol por um mês”, afirma o angiologista Roberto
Rodolfo Jr., diretor da Sociedade Brasileira de Medicina Estética.
Mesmo
com a ciência trabalhando a nosso favor, devemos tomar aqueles velhos
cuidados. "Qualquer tratamento vai ter um resultado melhor se a mulher
tiver uma dieta equilibrada, beber muito líquido durante o dia e
praticar exercícios. Não existe milagre. A mulher deve fazer a sua
parte”, finaliza Dr. Roberto. |