Responsável pela denúncia de agressão que sofreu por parte do atacante do Bahia Souza,
Adriele dos Santos Cerqueira, 22 anos, em entrevista exclusiva ao Bahia
Notícias, falou sobre a confusão na festa na casa do ídolo tricolor,
negou ser garota de programa e avisou que já contratou um advogado para
tomar medidas judiciais contra o camisa 9. Inicialmente nervosa e
indignada, ela chegou a interromper a ligação duas vezes de forma
abrupta: "Quero que Souza e os amigos dele danem-se todos. Infelizmente,
eu não tenho o dinheiro que Souza tem para comprar testemunhas. A casa
era dele, os amigos eram dele. Minhas amigas não querem se envolver,
mas, se forem chamadas para serem ouvidas, elas vão falar a verdade. No
mais, cabe à polícia investigar, tá bom?”. Novamente contatada por
mensagem de texto, Adriele enfim resolveu retornar o contato e
esclarecer detalhes ainda desconhecidos sobre a fatídica madrugada de
terça-feira (18), bem como da sua vida pessoal. Abalada com o episódio e
gripada, ela diz ter saído do estado para descansar, após se licenciar
por tempo indeterminado do trabalho, onde atua como secretária com
carteira assinada, até se recuperar física e mentalmente. A jovem
assegura que, ao contrário do que foi divulgado por parte da imprensa,
ela não é garota de programa. "Eu não tenho necessidade de fazer esse
tipo de trabalho não”, atestou, sem confirmar em que estabelecimento
presta serviço. Ela estudou Engenharia de Produção, na Faculdade Área 1,
até o terceiro semestre, quando precisou trancar a matrícula por falta
de condições financeiras. "Se eu fosse garota [de programa] já era para
eu estar bem rica, né?”, comparou. Apesar de já ter "namorado sério”
outro atleta do Fazendão, ela afirmou que não acompanha o dia-a-dia do
Esquadrão de Aço: "Sou torcedora do Vitória”... A
secretária conheceu Souza por intermédio de amigos de outros jogadores
e, em ocasiões diferentes, "ficou” com ele "algumas vezes”, entretanto o
atleta nunca havia se mostrado agressivo. Adriele reiterou que,
assim como em baladas anteriores, no dia do incidente tudo ia bem desde
o início da confraternização, à tarde, na casa do goleiro Marcelo
Lomba, até que, na residência do "Caveirão”, no Condomínio San
Francisco, em Villas do Atlântico, em Lauro de Freitas, a coisa
desandou. "Ele usou palavras ofensivas. O amigo dele [Cacau] se
precipitou e me colocou para fora da festa, de forma agressiva, e ele
também”, relatou, ao salientar que todos "estavam muito altos” e o
artilheiro "tinha bebido bastante”. "Eu fiquei surpresa. Me senti
humilhada, ofendida. Ainda mais que tinham pessoas que eu não conhecia e
amigas que eu tinha levado. Falava muito bem dele. Eu fiquei
decepcionada”, lamentou. A moça precisou imobilizar o pé
direito, que teria sido contundido na queda que sofreu depois de ser
supostamente empurrada por Cacau e chutada por Souza. Apesar de Adriele
garantir que Lomba e o zagueiro Titi, capitão tricolor, não estavam
presentes no momento da confusão, ela não pretende manter amizade com
nenhum dos dois. "Como diz o ditado, aquilo que não me acrescenta não me
faz falta”, parodiou. A jovem prometeu processar Souza, que, em nota
oficial, a acusou de ser "uma pessoa que está buscando visibilidade na
mídia”. "Já estou acionando. Já foi tudo encaminhando para a Justiça.
Quero que seja feita justiça, para todo mundo ver que não quero me
promover. Não preciso disso”, alertou, sem saber precisar que tipo de
ação será adotada. Quanto ao inquérito policial, disse esperar
"profissionalismo” do delegado titular da 23ª DT, Joelson Reis,
responsável pela apuração do caso. Ela já fez o exame de corpo delito e
aguarda o resultado do laudo ser divulgado, em data não definida pela
Polícia Civil. Para Adriele, a lição que tirou do ocorrido é que "não se
deve confiar nas pessoas”. "Eu sou uma pessoa boa, que ajudo muitas
amigas. Infelizmente, o que aconteceu comigo foi uma fatalidade que
poderia acontecer com qualquer pessoa. Tem dois dias que não consigo
almoçar ou tomar café. Estou abatida, deprimida”, definiu-se. Solteira e
sem filhos, Adriele dos Santos Cerqueira conta com o apoio da família e
de outros amigos para superar o trauma. Sua meta agora, segundo ela, é
retornar ao trabalho em poucos dias e retomar os estudos no próximo ano.
Fonte: Bahia Notícias
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