A carne bovina teve aumento de 11,6% nos últimos dois meses, segundo os pecuaristas devido à seca no interior do estado. Para o presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados da Bahia, Julio Cesar Melo de Farias, isto não chegou a ter acréscimo na cesta básica porque os preços do produto vêm oscilando há dois anos. Farias explicou que desde 2012, os pecuaristas, com receio de perder o gado por falta de água, abatiam os animais para a venda, o que se transformou em a oferta maior que a procura, então os preços baixaram. ”Com a seca de 2012 e 2013, os reflexos só vieram agora com a falta de oferta”. Segundo o presidente do sindicato, “este preço não tem acréscimo na cesta básica porque já foi aplicado em outras épocas”. A declaração tem como base a última pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgando que a cesta básica de Salvador teve redução de preço em julho, após registrar alta por quatro meses, passou de R$ 278,97 para R$ 270,06. Farias disse que o preço da arroba está em R$ 125 e antes era de R$ 112. Mas mesmo com estes 12% registrados em 60 dias por falta de oferta, o preço da carne bovina está mais barato que em estados como Minas Gerais, São Paulo e outros. “Está dentro da média porque o preço de um quilo de carne de primeira aqui é de R$18 a R$20; a de segunda de R$ 10 a R$ 11. Já as chamadas carnes nobres como o filé está em torno de R$ 30 e a picanha R$ 33”, sinalizou o pecuarista. O consultor e chef de cozinha Mauro Hanisch, professor do bacharelado em Gastronomia da Escola de Nutrição da Ufba, aponta a carne de porco como uma substituição ideal e nutritiva, boa para o bolso dos consumidores já que a diferença de preço entre uma e outra é de quase 50%. Há vantagem até mesmo no aproveitamento da carne com osso. “Pouco sabido é que a carne suína é mais consumida no mundo do que a carne bovina, de acordo com a Associação Brasileira de Criadores de Suínos. Uma bisteca se compra com um pouco de atenção, a aproximadamente R$ 9,00 o quilo e temos uma perda com o osso em média de 20%. Já os cortes bovinos como cruz machado e chupa molho tem preço parecidos e uma perda só em ossos de aproximadamente 50%”, afirma o chef. Hanisch destaca ainda que “no final das contas a bisteca rende muito mais carne pura, além de ter menores níveis de gordura entremeada nas fibras. Ele ensina um prato nutritivo, “além disso, cortes em cubos de carne suína, bem temperados com páprica picante e alho ao molho de tomate e feitos na frigideira bem quente combinam muito bem com bulbos de batatas assadas ou aipim cozido, aumentando o valor nutricional do prato”. Mas sempre há alguém que não pode passar muito tempo sem comer carne bovina, então o gastrônomo dá uma dica interessante. “Para aqueles que apreciam cortes de primeira como patinho, alcatra, chã de dentro e não abrem mão da carne bovina, a fraldinha é um excelente substituto, macia, baixo teor de gorduras e de cocção rápida e geralmente com valor aproximadamente 50% mais baixo”. Ao se analisar o custo mais em conta para o preparo de um prato é importante seguir alguns conselhos do chef, a exemplo do preparo de frango. Não se deve comprar o frango inteiro congelado, com pés, cabeças e miúdos ( e gelo). Segundo o especialista, “teremos uma perda de aproximadamente 60% dele, considerando que não comemos os pés, a cabeça, os ossos nem o gelo, e não devemos comer a pele pela questão de cuidados básicos com a saúde: a pele aumenta muito o mau colesterol. Se um frango de exatos 2 kg custa R$ 5,50 o kg, a carne pura dele com perda de 60% custará R$ 13,75, mais cara do que a bisteca, além de dar muito mais trabalho no seu preparo e gastar mais gás”, sinalizou. O professor de gastronomia enfatiza que carnes de segunda qualidade como a fraldinha “são uma excelente alternativa para substituir cortes de primeira como alcatra, patinho, lagarto, chã de dentro e também as de 3ª como chupa molho, cruz machado e músculo. A fraldinha é carne pura, macia e cozinha rápido”, concluiu.
Fonte: Tribuna |