Eles exigem a interrupção da construção da adutora do sisal e o cumprimento de promessas feitas desde a inauguração da barragem
Nesta quinta-feira, (22), a ADEVRIMI,
Associação de Desenvolvimento do Vale do Rio Itapicuru-Mirim, voltou a
realizar protestos pedindo, mais uma vez, que suas reivindicações sejam
atendidas. É a segunda vez que os manifestantes se reúnem nesta
semana para protestar contra as ações, ou melhor, a falta delas, no
tocante a gestão da barragem de Pedras Altas e outras promessas que
ainda não foram cumpridas. Por volta das 9 h. da manhã os
manifestantes seguiram o Presidente da ADEVRIM, conhecido como Antonio
Grande e o comerciante e colaborador Waldick até a barragem onde se
encontram tubulações e outros materiais pertencentes à empresa MRM,
responsável pela execução do projeto que liga a barragem de Pedras Altas
à adutora do sisal, que levará a água da barragem para toda a região
sisaleira da Bahia. São quatro as reivindicações do movimento: •
Um projeto de irrigação de 500 hectares terra, que leve água do açude
do Rio do Peixe à Fazenda Colônia, onde fica localizado um assentamento. • Transposição das águas da barragem de Pedras Altas para o açude do Rio do Peixe. • Ligação de água no loteamento novo, que fica localizado na sede do distrito. • Redução das taxas cobradas pela EMBASA que segundo os membros do movimento são as mais altas da Bahia.
Há
uma revolta muito grande por parte das pessoas que estão fazendo parte
das manifestações por conta, segundo eles, do descaso por parte dos
gestores, especificamente do Governo do Estado da Bahia. Eles nos
informaram que houve promessas no ato de inauguração de que a barragem
traria o desenvolvimento para o distrito e, onze anos depois, nenhum
benefício foi destinado para Pedras Altas do Mirim e justamente por
conta disso eles estão exigindo a interrupção das obras até que o
Governo se posicione favorável às reivindicações acima.
Valdik Lima faz parte da liderança do movimento
Relatos do senhor Waldick Lima, um dos
líderes do movimento, conta que em 2009 a taxa mínima cobrada no
distrito já era a mais alta da de todo o Estado da Bahia, onde a embasa
cobrava R$ 16,24. Em 2011 houve um acréscimo de 40%, chegando a R$ 22,69
de taxa mínima. Ele diz: " A embasa está sendo desonesta, já tentamos
de todas as formas nesses onze anos buscar aquilo que nos foi prometido,
buscar nossos direitos, enviamos inúmeros ofícios, solicitações, enfim,
esgotamos todas as possibilidades de que tudo fosse de maneira
diferente e agora esgotamos também nossa paciência.”
Antônio Grande, presidente da ADEVRIMI
Já o presidente Antonio Grande frisou
que até aquele momento as manifestações foram pacíficas mas se houver
necessidade atitudes mas enérgicas serão tomadas até que o problema seja
sanado por completo. " Não aceitamos mais promessas, há três anos que
só nos prometem. Todas as regiões que foram contempladas com barragens
foram beneficiadas com projetos, até os que vieram depois do nosso já
estão com seus benefícios. Somos os excluídos e isso é inadmissível em
hipótese alguma. Muitas pessoas deixaram de comparecer às manifestações
por temerem repressão policial, mas quero dizer a todos que não precisam
ter medo. Hoje temos um número três vezes maior de pessoas do que na
terça-feira e isso é prova que nosso movimento está ganhando força.
Dr. Antoniel Queiroz é o engenheiro da MRM, empreiteira responsável pela execução das obras
No momento em que as pessoas ocuparam a
área a obra estava parada e não havia nenhum funcionário no local. O
movimento permaneceu até a chegada do engenheiro, Dr. Antoniel Queiroz,
responsável por conduzir os trabalhos. Ele não quis gravar entrevista
mas disse ter ciência do movimento e que não poderia paralisar a obra
pois estava simplesmente cumprindo um contrato firmado entre o Governo
do Estado e a empresa MRM, mas orientou a todos que procurassem a
direção da empresa para obter alguma posição concreta. Dr. Antoniel
frisou que não tem conhecimento de nenhuma orientação oriunda do Governo
do Estado no que se refere às solicitações da população. Ele também
nos disse que, inicialmente, os trabalhos seriam só de construção da
adutora do sisal, porém com o cancelamento de alguns projetos, foi
acrescentado dentro do contrato que fosse levada a água da barragem para
algumas localidades, a exemplo do Povoado de Paraíso, município de
Jacobina. Esta ação foi tema do quadro "Contorno nos Bairros” desta
quinta-feira, (22), dentro programa "Notícias da Contorno”, com
apresentação de George Santos e Joselma Silva.
Fonte: Sione Santos Reportagem de Hérick Rios
e colaboração de Milton Santos. |