A Câmara de
Vereadores de Capim Grosso realizou nesta terça-feira (05) uma de suas sessões mais nervosas dos
últimos tempos. Em pauta estava discussão do projeto de Lei 034/2011, que
autorizava o Executivo Municipal a celebrar termos de parceria com
OSCIPs (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público). As OSCIPs
são organizações ONGs (Organizações não Governamentais) que recebem do
Ministério da Justiça um título para oferecer serviços públicos como educação,
saúde e assistência social.
RESUMO DO PLENÁRIO
No primeiro período da sessão, quando
os vereadores fazem uso da tribuna por 15 minutos o clima já começou a
ficar tenso. A Vereadora Helga Oliveira, primeira a falar, fez grande
defesa da urgência da matéria e atacou a oposição sobre a já esperada
reação à proposta. A vereadora justificou sua posição devido à
necessidade de o município contratar profissionais para a área de saúde
sem aumentar o índice geral de gastos com funcionários que se encontra
além do permitido por lei.
O Vereador Vivaldo Moreira (Vado
Verdes Mares), questionou a razão da prefeitura continuar a contratar
funcionários, se o índice já está ultrapassado. Pediu pelo remanejamento
de servidores de áreas ociosas apra áreas onde há a necessidade de mais
profissionais. O Vereador questionou ainda a lógica apresentada pela
colega Helga: Como pretende-se economizar por contratar uma empresa para gerir o serviço público, o qual já possui servidores contratados
ou nomeados na gestão dos mesmos.
O verador Manoel Fernades (Manezão) dispensou o uso da palavra demonstrando sua falta de entendimento do assunto.
A Vereadora Hildete se atrapalhou ao
tentar defender a prefeita e soltou uma pérola: "não vou jogar pedra
num trabalho devagar, um trabalho que está sendo feito lentamente"
referindo-se à falta de realizações da gestão de Lydia Fontoura que,
segundo a vereadora, se deve aos problemas do município. A
vereadora concedeu apartes aos colegas Vivaldo, Helga e Ercílio que
debateram sobre remanejamento e necessidade de mais servidores. A
vereadora declarou votar a favor do projeto pois o município já gasta
64% do orçamento com servidores ( o límite legal é de 54%).
O Vereador Ercílio Correia mencionou o projeto de criação da Caixa de Previdência, que foi rejeitado pelos
vereadores e alertou os funcionários da prefeitura, para o perigo que o
projeto das OSCIPs representava. Questionou a contratação do assessor
jurídico da Câmara, que é o mesmo que defende a prefeitura e a prefeita.
Cobrou uma solução para o caso de Caiçara em relação ao Censo do IBGE,
que entendeu que o povoado pertence a Quixabeira. O Vereador denunciou
a situação precária de ruas do Bairro Planaltino com lixo e mato
prejudicando os moradores.
O Vereador Jamilton lembrou que os
problemas de Capim Grosso vem se acumulando ao longo de muitas gestões.
Chamou a atenção dos funcionários para o perigo do projeto da OSCIPS e
atribuiu o fato à falta de competência da gestão atual que quer
transferir responsabilidades para uma ONG. Jamilton afirmou que o
projeto das OSCIPs é pior que o da Caixa de Previdência que foi
rejeitado em 2009. O vereador atacou a atual bancada de situação que
agora faz elogios a uma cidade esburacada, com deficiência na saúde e
grande número de contratações apesar do "inchaço" na folha de
pagamentos. O Vereador questionou o posicionamento dos secretários da
atual gestão que vivem a passear pela cidade em carros com vidros
fechados com "medo de mostrar a cara" e falando ao celular sem dar atenção à ciadade e sua população. O vereador foi apludido ao terminar
sua fala com uma colocação muito coerente: "Oposição, manifeste-se
sobre algo concreto que terá o meu apoio. Situação, mostre que tem
razão no seu pronunciamento e também terá o meu apoio".
O Vereador Ednom Queiróz suspendeu seu
pronunciamento, no momento em que o Presidente da Câmara e vereadores da
situação se retiraram do plenário. Houve uma discussão sobre o
encamenhamento dos trabalhos sem a presença dos edis e sem a
transmissão da presidência para outro membro da mesa. Ao retomar o
pronunciamento, Ednom questionou a contratação do advogado da
prefeitura para ser assessor juridíco da câmara. Pediu vistas ao
projeto de Lei das OSCIPS e alertou que o advogado Thiancle estava a
orientar o presidente da casa para não cenceder vistas do projeto ao
vereador. Afirmou que os 11 milhões em débito, vêm das gestões de
Pinheiro que é esposo da atual prefeita. Atacou novamente o fechamento
da escola do KM12 e a contratação de duas professoras para a escola no
KM10. O Vereador mencionou que a FESF já possui contrato com
prefeitura para disponibilizar funcionários da área de saúde. Como
presidente da comissão de Educação, Saúde e Assistência
social, solicitou que o direito garantido no Art 82 do regimento da Câmara fosse respeitado. Disse que a prefeita não tem pulso e por isso
que transferir a gestão de serviços apra uma ONG. O Vereador fez ainda
uma denúncia sobre o projeto Cidade Digital pelo qual o município pagou
46 mil reais e nínguem tem conhecimento de sua existência.
Último a falar, o vereador Pedro
Ribeiro falou da cobrança que fez ao Governado Jaques Wagner sobre o
sistema de irrigação de Pedras Altas. Falou dos últimos concursos
realizados que não incluiram vagas para o PETI e declarou apoio ao
projeto das OSCIPs. Assim como todos que o antecederam, o vereador
elogiou a atuação do Tenente Adalberto que está deixando o pelotão da
PM em Capim Grosso.
DEBATES
Após o uso da tribuna iniciou-se os
debates que tiveram o projeto das OSCIPs como ponto central. Os
vereadores de oposição e o Vereador Jamilton, pediram ao Presidente que
concedesse vistas ao projeto para o Vereador Ednom, que é presidente da
Comissão de Educação, Saúde e Assitência Social. A Vereadora Helga
pediu votação do parecer da comissão de Legislação e Redação e pediu
urgência na tramitação do projeto alegando que projetos do executivo
com prazo certo podem tramitar em regime de urgência simples. O Presidente da Câmara, Vereador Etevaldo, demonstrava bastante nervosismo e não conseguia conduzir a sessão com tranquilidade, além de receber a todo momento, orientações dos
advogados que justificavam a votação do projeto em regime de urgência,
e que não fosse concedida vista do mesmo ao vereador Ednom. O
presidente negou o pedido de vistas e
colocou o projeto em discussão e votação.
O projeto de lei 034/2011 foi aprovado com os votos a favor dos vereadores: Helga, Manezão, Hildete e Pedro Ribeiro; votaram contra: Ercílio e Vivaldo (Vado); Retiraram-se da sessão: Ednom e Jamiltom Fonte: Capimgrosso.net
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