Depois que a seca dizimou as plantações de
sisal, as famílias quilombolas residentes na zona rural de Campo Formoso
buscaram uma nova alternativa para manter-se. "A gente trabalhava com sisal,
mas, veio a seca e dificultou tudo. Agora, depois deste apoio que o governo
deu, posso dizer que tenho de onde tirar o que comer. Investi o dinheiro em 20
pintos e ração para eles”, disse Maria Bertolina Lopes, moradora da comunidade de
Taboa, uma das agricultoras familiares contempladas com a primeira parcela do
fomento destinado aos quilombolas do Programa Brasil Sem Miséria, do governo
federal.
A realidade de Maria Bertolina é a mesma de
outros agricultores da comunidade, beneficiados pelo programa que na região é
executado pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada à
Secretaria da Agricultura (Seagri). A empresa participa de maneira direta das
ações voltadas para o desenvolvimento das comunidades quilombolas, por meio do
cadastro dos agricultores, emissão das Declarações de Aptidão ao Pronaf
(DAP’s), avaliação da aplicação dos fomentos, Assistência Técnica e Extensão
Rural (Ater) e acompanhamento da aplicação correta dos recursos.
A agricultora familiar da comunidade
quilombola de Lagoa Branca, Gisélia Maria da Cruz de Jesus, que desejava
investir no comércio e foi orientada pelos técnicos da EBDA para aplicar o
recurso na criação de galinhas, considerou fundamental a orientação recebida.
"Ter a EBDA aqui, junto a nós, é muito bom. Os técnicos me apoiaram e ajudaram
a investir corretamente para multiplicar o dinheiro. Eu segui direitinho e deu
tudo certo”.
Segundo o engenheiro agrônomo da EBDA,
Maurício Santana Nascimento, o trabalho da empresa é muito amplo. Do
cadastramento dos agricultores familiares, passando pela produção de
diagnósticos individuais e coletivos sobre as condições de vida dos
agricultores familiares nas comunidades quilombolas, orientação e capacitação,
apresentando novas tecnologias que podem ser empregadas no aumento da produção.
"Quando estamos inseridos na comunidade e já passamos pela etapa de
assistência, também realizamos a avaliação dos resultados e acompanhamos as
aplicações”.
No caso da avicultura, o técnico diz que a
alimentação das aves deve ser balanceada o que favorece ao crescimento a
manutenção da criação com sucesso. "A aplicação correta dos recursos é
importante para que os agricultores possam ter uma atividade, com renda”,
assegurou o técnico. Sobre a sua criação de galinhas, Maria Bertolina afirmou
que comprou pintos e, cinco meses depois, eu já tinha galinhas prontas para pôr
"e lucrar com a venda dos ovos”.
Brasil
Sem Miséria - O
Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) lançou em 2011, um edital com a
finalidade de contratar empresas aptas a realizar o trabalho de Ater, com
famílias quilombolas em situação de vulnerabilidade social. A EBDA, como
prestadora deste serviço, no estado da Bahia, realiza a assistência a estas
comunidades, por meio de diferentes atividades, que compreendem também o
planejamento, execução e avaliação das ações.
As atividades realizadas pelos técnicos da
EBDA têm o propósito de inclusão produtiva e social das famílias quilombolas. O
fomento direcionado a cada beneficiário é no valor total de R$2.400, dividido
em três parcelas, a primeira no valor de R$ 1.000 e as duas seguintes de R$ 700,
que devem ser aplicados para o melhoramento da qualidade de vida dos
agricultores familiares quilombolas. Fonte: SECOM |