O governo acompanha
atentamente as primeiras movimentações de caminhoneiros no País, que ameaçavam
dar início a nova paralisação. A classe entende que os principais compromissos
assumidos pelo governo Michel Temer no ano passado não estão sendo
cumpridos. Os monitoramentos são feitos pelo Gabinete de Segurança
Institucional (GSI), que tem por missão se antecipar aos fatos para evitar
problemas para o governo. As investigações apontam que teve início uma
articulação por meio de mensagens de WhatsApp, que já começam a falar em
paralisações para o dia 30 de março. O governo quer evitar, a todo custo, que
qualquer tipo de paralisação aconteça. Não quer, nem de longe, imaginar que
pode enfrentar o mesmo problema que parou o País no ano passado.
Os primeiros dados são de
que, neste momento, o movimento não tem a mesma força percebida no ano passado,
mas há temor de que os caminhoneiros possam se fortalecer e cheguem ao
potencial explosivo da última greve. Dentro do Palácio, o objetivo é ser mais
ágil e efetivo e não deixar a situação sair de controle por ficarem titubeando
sobre o assunto, como aconteceu com o ex-presidente Michel Temer, no ano
passado.
Na semana passada,
Wallace Landim, o Chorão, presidente das associações Abrava e BrasCoop, que
representam a classe de caminhoneiros, teve reunião com o ministro-chefe da
Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Landim também teve encontro com a diretoria da
Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e, na sexta-feira, 22, se
reuniu com o secretário executivo do Ministério da Infraestrutura, Marcelo
Sampaio.
Segundo Landim, os
ministros disseram que, até a próxima semana, o próprio presidente Jair
Bolsonaro deve se manifestar sobre os pedidos dos caminhoneiros. Na pauta de
reivindicações da classe estão três pleitos. O primeiro pedido diz respeito ao
piso mínimo da tabela de frete. Os caminhoneiros reclamam que as empresas têm
descumprido o pagamento do valor mínimo e cobram uma fiscalização mais
ostensiva da ANTT. A agência, segundo Landim, prometeu mais ações e declarou
que já fez mais de 400 autuações contra empresas.
O segundo item da pauta é
o preço do óleo diesel. Os caminhoneiros querem que o governo estabeleça algum
mecanismo para que o aumento dos combustíveis, que se baseia em dólar, seja
feito só uma vez por mês, e não mais diariamente. Wallace Landim afirma que não
é a favor de uma paralisação no próximo dia 30, porque acredita que o governo
tem buscado soluções, mas diz que "o tempo é curto" e as mudanças
estão demorando. "Não acredito que deva ocorrer greve no dia 30, mas
paralisações não estão descartadas. Estamos conversando."
Por meio de nota, o
Ministério de Infraestrutura declarou que, no Fórum dos Transportadores
Rodoviários de Cargas realizado na sexta-feira, esteve reunido com lideranças
do setor e ouviu as demandas. O governo confirmou que tratou do piso mínimo,
pontos de paradas e descanso e o preço do óleo diesel.
Estadão
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