Mil e duzentos artistas baianos da capital, Região Metropolitana de Salvador (RMS), Baixo Sul e Recôncavo Baiano participam da Caminhada Raízes da Bahia, neste domingo (24), no Dique do Tororó. O Governo do Estado apoia o evento por meio de diferentes órgãos e secretarias, entre elas, da Segurança Pública (SSP), Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Turismo (Setur) e de Comunicação Social (Secom).
Diversas entidades de matriz africana e indígena participarão da festa na ala Ouro Negro, da Secretaria de Cultura do Estado (Secult). Rainha do bloco afro Muzenza, Claudia Mattos considera fundamental a realização de um evento a poucos dias do Carnaval de Salvador com a participação de grupos tradicionais da cidade.
“O Muzenza vai levar para essa caminhada a nossa beleza, a nossa cor, a nossa música, os nossos passos e movimentos. É um evento que vai mostrar um pouquinho de cada parte da Bahia. Salvador tem muita coisa bonita. Tem o Balé Folclórico, os Filhos de Gandhy, a batida da percussão afro, aquela coisa do Ilê [Aiyê], do Muzenza, do Olodum. Então é muito importante estarmos participando porque nós fazemos parte disso”, afirma Claudia.
De acordo com o príncipe do Muzenza, Wesley Oliveira, neste período que antecede o Carnaval, há intensificação dos ensaios para garantir uma performance impecável durante as apresentações. " [...] Que as pessoas venham assistir a este evento que não terá apenas blocos afro, mas afoxés também”, convidou o jovem dançarino.
Os Apaxes do Tororó, outro importante grupo na história da folia e cultura soteropolitana, também participa do evento, com apoio do Ouro Negro, da Secult. Segundo o presidente da entidade, Adelmo Costa, cerca de 50 integrantes do bloco de índio, entre percussionistas, destaques e diretores, vão participar da caminhada no Dique.
Adelmo garante que a participação no evento será uma forma de antecipar um pouco do que a agremiação vai apresentar no domingo de Carnaval, no Campo Grande, quando novamente desfila com apoio do Governo do Estado, por meio do Carnaval Ouro Negro. “A nossa cidade estava precisando disso. A Caminhada Axé [evento que inspirou a Caminhada Raízes da Bahia] ficou afastada há 11 anos e o povo estava com saudade, estava pedindo. Por esta razão, o Apaxes do Tororó se fará presente, levando a beleza, os seus artistas e a sua percussão para abrilhantar a festa”.
Além do desfile dos blocos e grupos tradicionais, fanfarras, samba de roda e ternos de reis, haverá um aulão de dança afro, oficina de turbantes e Feira de Economia Solidária, promovidos pelo governo estadual. A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial participa da caminhada com o serviço itinerante do Centro de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa. Para encerrar a programação, haverá um show com as Ganhadeiras de Itapuã.
De acordo com o coordenador executivo de publicidade e propaganda da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Braz Neri Júnior, o Governo do Estado tem o objetivo de resgatar, por meio do apoio à Caminhada Raízes da Bahia, os valores culturais, as raízes indígenas e africanas. “Estamos trazendo alguns grupos de Salvador, Recôncavo, Baixo Sul, justamente para que possamos oferecer ao cidadão e às famílias que querem reviver este momento de grandiosidade dos valores de raiz, que sabemos que o baiano tem. A orientação do governador Rui Costa é fazer com que isto aconteça da melhor maneira possível”.
Repórter: Jhonatã Gabriel
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