Por volta de 16h cerca de 20 pessoas ocuparam a sede da Prefeitura de Camaçari
em defesa da comunidade do Morro da Manteiga. De acordo com integrantes do
coletivo Bloco de Resistência, os integrantes da ocupação são de movimentos
sociais e também representantes dos moradores e que a desocupação está
condicionada a uma audiência com o prefeito Ademar Delgado (PT).
Os moradores
desejam que o prefeito garanta condições de moradia à comunidade, que
supostamente foi expulsa da região no último dia 9 deste mês. A Polícia Militar
cuidou da retirada dos moradores, então ocupantes uma região que é classificada
como Área de Proteção Permanente (APP), mas que atualmente sofre obras do
Governo da Bahia.
Segundo os
ocupantes a prefeitura, após a expulsão os moradores foram levados para um
abrigo e então rapidamente removidos do local. Desde então, as cerca de 100 famílias
têm se revezado em casas de parentes e algumas delas agora vivem nas ruas da
cidade. Os ocupantes alegam já ter tido uma promessa de audiência com o
prefeito dada pelo secretário municipal de Governo, Sérgio Paiva, mas que esta
não se concretizou.
Diante das
dificuldades, os despejados do Morro da Manteiga decidiram radicalizar o
movimento e dizem que só saem após audiência. "Nós vamos resistir. Isto se a PM
não entrar aqui e expulsar todo mundo”, relatou uma militante que pediu para
não ter sua identidade revelada. Procurada pela reportagem do Bocão News, a
assessoria de comunicação da prefeitura afirmou que a desocupação do morro
ocorreu por solicitação do Ministério Público Estadual por motivos de segurança
e por ser irregular ocupar uma APP.
Além disto,
relatou que a prefeitura fez uma triagem nos antigos habitantes do local e que
cerca de 80% das pessoas retiradas de suas casas não provaram que tinham
necessidade de receber atenção de políticas públicas compensatórias. Além
disto, neste contingente há também famílias que sequer são moradoras de
Camaçari. Os 20% que provou necessidade recebeu auxílio-aluguel e foi inscrito
nos programas federais Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida.
A assessoria
esclareceu também que, no dia da desocupação, a comunidade formada no Morro da
Manteiga havia sido formada há cerca de um mês. A ação da polícia foi feita
somente com a presença de seis famílias que estavam no local e que não houve
violência. O morro fica na convergência de uma nascente de água e a obra feita
no local é, na verdade, para ampliar estruturas de fornecimento de água da
Embasa na região.
Por fim, a
prefeitura depositou a responsabilidade da ocupação nos ombros do vereador
oposicionista Elinaldo Araújo (DEM), que teria pessoalmente patrocinado não só
esta como outras ações contra a prefeitura. Por conta disto, a gestão acionou a
polícia para investigar a ligação do parlamentar com incidentes ocorridos
recentemente na cidade.
Fonte: Bocão News |