Há 100 anos, um time formado por atletas
semiamadores começou a mudar os rumos do futebol brasileiro e escrever
uma história de conquistas. De lá para cá muita coisa mudou, entre elas o
branco da camisa, substituído pelo amarelo. Mas na tarde deste domingo
(7), a história voltou a ser repetida.
O triunfo sobre o Peru por 3x1, deu ao Brasil o seu
nono título da Copa América e tirou um peso de 12 anos sem conquistas
continentais. Se naquele 29 de maio de 1919, Arthur Friendereich foi o
herói brasileiro, ontem, no Maracanã, Everton, Gabriel Jesus e
Richarlison foram os responsáveis por colocar o Brasil no posto mais
alto do continente Sul-Americano.
A conquista marcou ainda o primeiro título do técnico Tite no comando da Seleção Brasileira.
Mas quem achou que a conquista brasileira foi fácil,
está completamente enganado. Os primeiros minutos da partida tiveram
elementos típicos de uma decisão: pressão do Peru, jogo truncado no
meio-campo e muitas faltas. Como em toda a Copa América, a defesa brasileira
estava ligada e conseguia parar as tentativas de contra-ataque peruana. O
resto do time parecia meio lento e tinha dificuldade para conectar as
jogadas. Na primeira vez em que conseguiu chegar à área do Peru, o gol
saiu.
A jogada começou aos 14 minutos com Daniel Alves. O
lateral achou Gabriel Jesus, que passou por Trauco e cruzou rasteiro
para Everton empurrar para as redes. O tento deixou o Cebolinha como
artilheiro isolado da Copa América.
O Peru sentiu o gol e diminuiu a intensidade que
tentou imprimir nos primeiros minutos. O segundo gol brasileiro quase
saiu em nova bola cruzada na área que Coutinho mandou para o gol e a
bola passou perto da trave de Gallese. O Brasil seguiu criando as melhores jogadas na
partida. O cruzamento de Alex Sandro encontrou Firmino. O camisa 20
tentou de cabeça, mas a bola cobriu a meta peruana. A coisa só ficou
ruim para a Seleção aos 40 minutos.
Na tabela entre Cueva e Flores, a bola bateu no
braço de Thiago Silva dentro da área. O árbitro marcou pênalti. Aí foi a
vez do VAR entrar em ação. O chileno Roberto Tobar foi revisar o lance
na tela, mas manteve a decisão e, três minutos depois, Guerrero bateu no
canto esquerdo de Alisson, empatou para o Peru e vazou a defesa
brasileira pela primeira nesta edição da Copa América.
Minoria no estádio, os peruanos foram à loucura com o
gol, mas nem deu muito tempo para comemorar. Antes do fim do primeiro
tempo, Arthur deu belo passe para Gabriel Jesus na entrada da área. O
atacante dominou e chutou rasteiro, colocando o Brasil em vantagem outra
vez. O campeão voltou O segundo
tempo começou um pouco mais movimentado do que o primeiro. Em
desvantagem, o Peru se lançou ao ataque. O time peruano tentava levar
perigo nas jogadas rápidas com Carrillo. Do outro lado, Coutinho
desperdiçou a chance de deixar a vantagem brasileira mais elástica.
Primeiro em chute cruzado que passou perto, e depois em boa jogada
individua em que foi travado na hora de finalizar.
Aos 24 minutos, o Brasil passou a ficar com um
jogador a menos. Gabriel Jesus fez falta em Zambrano, recebeu o segundo
amarelo e foi expulso. O camisa 9 deixou o campo irritado e quase
derrubou o monitor do VAR.
Com um a mais, o Peru criou chances de perigo.
Alisson defendeu o chute de Trauco. Já a bomba de Flores passou tirando
tinta da trave.
A agonia brasileira foi finalizada aos aos 44
minutos do segundo tempo. Depois de roubar a bola, Everton foi derrubado
na área. Pênalti bastante contestado, que Richarlison cobrou, fez 3x1
para o Brasil e garantiu o título da Copa América para a Seleção
Brasileira.
Na arquibancada do Maracanã, a torcida passou a gritar forte. Depois de 12 anos, o campeão voltou!
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