O
Banco Central manteve a sua projeção de alta de 5% do preço da gasolina em
2013. A projeção consta no Relatório Trimestral de Inflação de setembro,
divulgado nesta manhã. O BC elevou para 2,5% a previsão de alta do preço do
bujão de gás - mesmo valor que constava na ata da última reunião do Comitê de
Política Monetária (Copom). A previsão no relatório de inflação anterior, de
junho, era de estabilidade para bujão de gás. Para os preços administrados, o
BC manteve a projeção de 1,8% em 2013 e de 4,5% em 2014 e 2015. O
Relatório prevê ainda um recuo maior dos preços de energia elétrica. O BC
previu no relatório de hoje um recuo de 16% nos preços da eletricidade, que
leva em conta os impactos diretos das reduções de encargos setoriais
anunciadas, bem como reajustes e revisões tarifárias ordinárias programadas
para este ano. No relatório anterior o recuo era de 15%. Para as tarifas de
telefonia fixa, o recuo previsto foi de 1%, ante queda de 2% no relatório de
junho. O Banco Central alertou que a influência do preço do petróleo sobre
a inflação doméstica não se materializa apenas exclusivamente por intermédio do
preço local da gasolina. Segundo o BC, também há influência via cadeia
produtiva do setor petroquímico e pelo canal de expectativas de consumidores e
de empresários.Segundo o Relatório Trimestral de Inflação, uma fonte relevante
de risco para a inflação reside no comportamento das expectativas de inflação,
impactadas negativamente nos últimos meses pelo nível da inflação corrente,
pela dispersão de aumentos de preços e por incertezas que cercam a trajetória
de preços com grande visibilidade, como o da gasolina e o de transportes
urbanos. O BC destaca que as compras de produtos externos tendem a
contribuir para o arrefecimento das pressões inflacionárias domésticas por meio
de dois canais. Em primeiro lugar, porque esses produtos competem com os
produzidos domesticamente e, assim, impõem maior disciplina aos formadores de
preços. Em segundo, porque as importações de bens reduzem a demanda nos
mercados de insumos domésticos, contribuindo para o arrefecimento de pressões
de custos e, por conseguinte, de seus eventuais repasses para os preços ao
consumidor. Para o BC, as pressões de custos de fatores não amparadas por
ganhos de eficiência contribuem para reduzir a competitividade das empresas domésticas
no mercado internacional de bens, em ambiente global no qual prevalece excesso
historicamente elevado de capacidade ociosa.
Inflação
O
BC elevou de 5,2% para 5,7% a projeção de IPCA acumulado em 12 meses ao final
de 2014 no cenário de mercado. Essa é a mesma projeção do cenário de
referência. Para 2013, a projeção do cenário de mercado continua em 5,8%. O
IPCA em 12 meses, pelas estimativas do BC no cenário de mercado, vai fechar o
terceiro trimestre deste ano em 5,9%. A projeção anterior era de 6,2%. Em
2014, a projeção parte de 5,8% no primeiro trimestre e se desloca para 5,6% no
segundo trimestre e retorna a 5,8% no acumulado em 12 meses no terceiro
trimestre de 2014. No primeiro trimestre de 2015, a projeção passa para 5,6%
(ante 5,2% no relatório de junho), caindo para 5,5% no segundo trimestre e para
5,4% no terceiro trimestre. Nesse cenário, a probabilidade estimada de a
inflação ultrapassar o limite superior do intervalo de tolerância da meta em
2013 caiu de 21% para 14%. Para 2014, a chance de estouro passou de 25% para
31%. Fonte: Agencia Estado |