Na última segunda-feira (2) já próximo do final do expediente, a funcionária de uma casa lotérica que funciona na galeria de um supermercado localizado na avenida Nações Unidas, uma das principais de Bauru, interior de São Paulo, atendeu ao telefone e ouviu uma voz do outro lado anunciar que se tratava de um assalto. Sem saber o que fazer e diante das ameaças de morte, a atendente da lotérica, segundo informações da Polícia Militar, efetuou cinco depósitos em diferentes contas ditadas pelo homem do outro lado da linha. Somados, os depósitos atingiram o valor de R$ 7,5 mil. Para intimidar a funcionária, que foi proibida pela dona da lotérica de comentar o caso, o suposto assaltante narrou com precisão as roupas usadas pelas clientes que estavam no caixa e ameaçava atirar nela e na colega que de, acordo com o assaltante, ele estavam na sua mira de tiro. A mulher relatou aos policiais o que ouviu no telefone ao atender a chamada. "Isso é um assalto. Estou com uma arma apontada para sua cabeça e estou te vendo. Você está atendendo uma pessoa vestida com roupa florida e vai fazer tudo o que eu mandar, senão eu atiro em você". A ligação foi feita em um horário em que a lotérica sempre registra um grande movimento. A mulher foi alertada para que não comunicasse a ligação à polícia e reunisse o dinheiro dos dois caixas da loteria, e deixasse no balcão que ele passaria para pegar. Em seu depoimento aos policiais, a funcionária disse que conseguiu, sem que o criminoso notasse, passar para um cliente um bilhete com um pedido de socorro, solicitando que ele chamasse imediatamente a polícia. Quando a primeira equipe da Força Tática chegou ao local, o assaltante ainda estava na linha e os policiais chegaram a ouvir a voz dele no telefone. No entanto, o criminoso encerrou a chamada ao perceber a presença da polícia no local. Os comprovantes dos depósitos realizados com os números das contas foram apreendidos e apresentados na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Bauru. A ocorrência foi registrada na Polícia Civil como extorsão e segue sendo investigada. As imagens de circuito interno da e do supermercado serão avaliadas para tentar identificar algum suspeito. Para o major Alan Terra, da Polícia Militar, a atendente foi vítima de um golpe. "Na verdade se tratou de um golpe, um tipo novo, no local onde ela estava era praticamente impossível alguém tê-la na mira de um revólver, seria preciso que atirador tivesse uma experiência muito grande para alvejá-la sem ser visto", afirmou.