Cinquenta metros foi a distância que evitou uma tragédia entre um avião
monomotor e o jatinho com integrantes da banda Asa de Águia no aeroporto
de Caruaru, em Pernambuco. No Citation 550, estavam dois pilotos e os
seis músicos do grupo.
De acordo com informações da Folha, tudo começou quando o monomotor, de
uma escola de pilotos, estava prestes a pousar. Embora tenha visto o
jato na mesma pista, na direção oposta, aterrissou. Mas ao pousar, o
monomotor, modelo Paulistinha, presumiu que o jato o esperaria sair da
pista. O comandante do jato, por sua vez, disse não ter visto a aeronave
a sua frente.
Ainda segundo a publicação, dois fatores levaram que um não visse o
outro: primeiro, o Paulistinha, quando está no chão, fica com a frente
elevada, o que impede o piloto de ver o que está adiante; e segundo
porque o lado da pista onde o jato estava tem uma leve inclinação.
Para piorar, não há torre de controle no local e o Paulistinha é
incomunicável por não ter rádio. Tudo somado, um foi em direção ao
outro, o jatinho a 150 km/h. "Foi uma situação de emergência. Ou o
piloto fazia aquilo ou matava todo mundo", disse Jorge Mello, dono da
aeronave e da Abaeté Táxi Aéreo, que elogiou o piloto.
À FAB a Bras Flight, responsável pelo monomotor, afirma que um piloto de
ultraleve avisou o jato, via rádio, sobre o outro avião na pista. O
jato, diz o relato, não respondeu. A Abaeté nega. No mesmo documento, a
escola de aviação diz que o piloto do monomotor só percebeu o jato ao
vê-lo decolar.
A assessoria do Asa de Águia disse que a banda estava em viagem e não
poderia falar com a reportagem. O avião era fretado, diz a assessoria.
Mello negou. Ele disse ter emprestado o jato ao vocalista Durval Lelys. O
avião é particular e não pode, por lei, fazer táxi aéreo.
Mello diz que Lelys usa a aeronave pois quer comprá-la. Segundo ele, a
assessora se confundiu com outro avião, esse táxi aéreo, que a Abaeté
freta para a banda.
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