A partir desta terça-feira (18), bancários de todo o
país entram em greve por tempo indeterminado. A paralisação inclui
tanto bancos públicos quanto privados, segundo informou Juvandia
Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e
Região. Com isso, clientes de bancos que pretendem ir a uma agência
bancária amanhã poderão encontrar funcionando apenas os caixas
eletrônicos, embora Juvandia admita que, em geral, no primeiro dia de
greve, a adesão dos trabalhadores ainda não seja muito grande.
"A greve começa amanhã nos principais corredores
[locais com grande concentração de bancos, tais como o centro de São
Paulo e a Avenida Paulista] e depois vai atingindo e ampliando para um
maior número de agências e também pegando as concentrações bancárias”,
disse Juvandia, em entrevista coletiva realizada na tarde de hoje (17),
em São Paulo. "Os caixas eletrônicos vão funcionar. O cliente que for à
agência vai ter o caixa eletrônico disponível. Mas não vai ter
atendimento ao público”.
Segundo Juvandia, desde o dia 1º de agosto, quando
a pauta de reivindicações foi entregue, ocorreram nove rodadas de
negociação, sem que tivesse sido estabelecido um acordo com a Federação
Nacional dos Bancos (Fenaban).
Os bancários reivindicam reajuste salarial de
10,25%, com 5% de aumento real, além de plano de cargos, carreira e
salários, maior participação nos lucros e resultados (PLR) e mais
segurança nas agências. A proposta oferecida pela Fenaban foi 6% de
reajuste salarial.
A federação tinha prazo até hoje (17) para
apresentar uma nova proposta, o que, até o momento, não foi feito. Na
noite de hoje (17), bancários de São Paulo vão participar de uma
assembleia. Na quinta-feira (20), o sindicato pretende mobilizar
bancários em greve a participarem de um ato na Avenida Paulista, em São
Paulo, a partir das 10h. Também devem participar do ato trabalhadores
petroleiros e metalúrgicos, cuja data-base também está marcada para o
segundo semestre.
Há quase 500 mil bancários em todo o Brasil, sendo
138 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e
Região. A expectativa do sindicato é que a greve desse ano possa
mobilizar mais do que os 42 mil bancários que entraram em greve no ano
passado em São Paulo e na região metropolitana. "Os bancos não deram
alternativa para a categoria que não fosse fazer a greve", disse
Juvandia.
Procurada pela Agência Brasil, a Federação
Brasileira de Bancos (Febraban) ainda não se pronunciou sobre a greve,
mas alertou a população de que muitas das operações bancárias poderão
ser realizadas por meio dos caixas eletrônicos, internet banking,
telefone e correspondentes bancários, tais como casas lotéricas,
agências dos Correios e outros estabelecimentos credenciados.
As
informações são da Agência Brasil. |