A Bahia sediará, de 25 a 26 de
fevereiro, na Escola Superior da Defensoria Pública, o Encontro Brasileiro dos
Defensores Públicos, para discutir o tema "A Violação pela Mídia dos
Direitos das Pessoas Privadas de Liberdade". No segundo dia, o encontro
será aberto ao público que pode se inscrever no site da instituição. O evento,
proposto e organizado pela Defensoria Pública da Bahia, pretende estabelecer e
uniformizar procedimentos, no sentido de coibir práticas frequentes na mídia
nacional de desrespeito aos direitos de pessoas privadas de liberdade. Além dos
chamados programas "policialescos", presentes na grade de programação
de diversas emissoras, outros veículos de comunicação serão objeto de debate. De
acordo com o defensor Alan Roque, subcoordenador da Especializada Criminal e um
dos participantes da comissão organizadora, a iniciativa visa apresentar
questões importantes para a realização de um amplo debate, não só envolvendo
defensores públicos de todo o Brasil, mas também os segmentos organizados da
sociedade civil. "Acho que chegamos a um ponto em que não podemos mais
admitir essa situação sem uma reação à altura dos abusos cometidos pela mídia
no cotidiano. Não é porque alguém está privado de liberdade que os veículos de
comunicação podem cometer esse tipo de abuso. Queremos que todos sejam tratados
de forma digna e respeitosa, como prevê a nossa constituição", afirmou.
Para a defensora Fabiana Miranda,
subcoordenadora da Especializada de Direitos Humanos e também membro da
comissão, a questão envolve uma clara violação dos diretos fundamentais da
pessoa humana. "Temos as mais diversas situações de constante processo de
violação dos direitos dessas pessoas. A mídia age de forma discriminatória e
intencional. Atinge, sem nenhum tipo de reserva, as pessoas mais pobres,
expondo-as de maneira até humilhante. É uma verdadeira execração pública que
não podemos mais consentir", disse. Segundo a organização do Encontro,
para o primeiro dia estão previstas palestras e trocas de experiências entre
defensores públicos e convidados. No segundo dia, vão acontecer mesas-redondas
e debates com a participação de representantes de instituições públicas,
entidades sociais e ONGs. A expectativa dos organizadores é que, a partir da
realização do evento, as questões ligadas ao tema possam ganhar uma outra
dimensão no diálogo com a sociedade civil.A Carta de Salvador, a ser elaborada
pelos participantes do Encontro, apontará ações efetivas de enfrentamento da
atual situação. Fonte: Voz da Bahia |