Em visita oficial ao Brasil, a ministra das Pescas de Angola, Victoria de Barros Neto, acompanhada do embaixador do país africano, Nelson Cosme, foram recebidos pelo governador Rui Costa, nesta quarta-feira (29), na Governadoria, em Salvador. Os representantes angolanos vieram conhecer as experiências do estado nas áreas de pesca e aquicultura.
A ministra convidou o governador para a Feira Internacional da Pesca e Aquicultura de Luanda, que acontece de 26 a 29 de novembro. Ela demonstrou interesse em projetos como os do Território de Itaparica, na região de Paulo Afonso, que integram a atividade à preservação ambiental e inclusão social no cultivo das espécies tilápia e camarão.
Outra área de cooperação é a da formação de técnicos e engenheiros. “Sabemos que a Bahia tem uma escola especializada em pesca e aquicultura, e queremos também aproveitar essa capacidade que a Bahia tem para formar os nossos quadros de engenheiros de pesca”, afirmou Victoria.
Também participaram do encontro os secretários estaduais de Desenvolvimento Econômico, Jorge Hereda, e de Desenvolvimento Rural, Jerônimo Rodrigues, além do chefe de gabinete da Secretaria da Agricultura (Seagri), José Pirajá, e o diretor-presidente da Bahia Pesca, Dernival Oliveira Júnior.
Fazenda experimental
Nesta quinta (30), a ministra visita a Fazenda Experimental Oruabo, em Santo Amaro, onde acontecem as principais atividades de pesquisa da Bahia Pesca. A comitiva vai conhecer as obras do Centro Vocacional Tecnológico do Pescado e os principais projetos da empresa, a exemplo da reprodução de beijupirá e de camarão, e o Projeto Caranguejo-Uçá de Repovoamento dos Manguezais.
Tendo consumo per capita de 18 quilos anuais, Angola produz por ano 400 mil toneladas de pescado oriundas, sobretudo da pesca industrial, mas ainda tem grande potencial inexplorado no setor de aquicultura continental. Segundo o diretor-presidente da Bahia Pesca, a cooperação contribui para o desenvolvimento da atividade nos dois países. “Nós mandaremos técnicos pra lá e eles para [a Bahia, de forma] que possam aprender o que a gente faz com muita qualidade".
Relações bilaterais
Na reunião, o embaixador Nelson Cosme destacou o papel da Bahia nas relações entre Brasil e Angola. “A Bahia vai ser fundamental para celebrarmos os 40 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre Angola e Brasil, que foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola”.
O diplomata reforçou ainda o interesse em ampliar os convênios já existentes com a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), a aproximação entre investidores baianos e angolanos, além do intercâmbio cultural por meio da Casa de Angola, em Salvador, e da futura Casa da Cultura do Brasil, em Angola |