O aquecimento global e as ações nocivas do homem ao meio
ambiente são alguns dos motivos pelos quais a areia em algumas praias
do litoral brasileiro, principalmente em cidades, pode desaparecer em
breve. "As regiões urbanas são as que correm mais risco, pois
geralmente a perda de areia não é reposta naturalmente e a orla sofre
maior erosão. Isso já ocorre em várias praias do Rio de Janeiro, como
Piratininga, Ipanema e Cabo Frio”, destaca o geólogo e geógrafo Dieter
Muehe, que apresentou as informações em um estudo na última edição da
Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
(SBPC), no final de julho, em Natal (RN). Para o estudioso, apesar de
preocupante, a situação pode ser revertida. "As areias retiradas
precisam ser repostas por meio de dragagens com areias idênticas às da
praia ou mais grossas”, destaca Muehe, para quem a exploração de
depósitos arenosos na zona submarina, embora seja cara, é outra
alternativa. "O certo seria adotar faixas de não edificação, conforme
previsto por lei, que variam de 50 a 200 metros e assim teremos um
espaço de ajustamento da linha de costa”, afirmou Dieter, lamentando
que este procedimento seja quase impossível em zonas urbanas. |