O aquecimento global é uma realidade irreversível e a maior parte dos
ambientalistas pensa agora em como desacelerar o processo, preservando
o Meio Ambiente e reduzindo o consumo de energia. Mas há quem já esteja
preocupado até com o que pode acontecer se a situação piorar a ponto de
se concretizarem previsões de cenários mais catastróficos. Escritórios
de engenharia europeus, por exemplo, já buscam formas de abrigar a
Humanidade em caso de enchentes ou catástrofes em escala global.O
projeto mais recente é uma espécie de Arca de Noé que protegeria até 10
mil pessoas de grandes inundações. Elas poderiam viver isoladas por
vários meses. Batizado de ‘Ark Hotel’ (Hotel Arca, em inglês), ele foi
obra do russo Alexander Remizov, do Remistudio, e faz parte do Programa
de Assistência a Desastres da União Internacional de Arquitetos. O
arquiteto russo garante que a estrutura seria construída rapidamente,
inclusive na iminência de grandes cataclismas causados pelas mudanças
climáticas no Planeta Terra.Segundo os autores, a estrutura
pré-fabricada, com arcos de madeira e cabos de aço, permitiria que a
‘arca’ resistisse a grandes sismos ou a inundações, já que a parte de
baixo, em concha, pode ficar lacrada, dependendo na necessidade. Outra
preocupação foi a produção de energia de maneira sustentável, já que a
estrutura foi pensada para o caso de ficar meses isolada. O teto da
concha captaria energia solar, e outras estruturas internas forneceriam
energias térmica e eólica.Uma ideia parecida, só que mais
mirabolante, teve o arquiteto belga Vincent Callebaut, vencedor de
vários prêmios internacionais. Ele desenhou pequenas cidades
flutuantes, com capacidade de abrigar até 50 mil habitantes cada, com o
mesmo objetivo do ‘Ark Hotel’: salvar refugiados do clima.As
‘lilypads’ (vitórias-régias), como foram batizadas, preveem até lagos
artificiais no centro para coletar e purificar água da chuva. Apesar de
abrigar tanta gente, ela não emitiria dióxido de carbono, o principal
gás do efeito estufa. A preocupação com grandes enchentes cresceu no
mundo inteiro em 2007, depois da divulgação do relatório do Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). De acordo com o
documento, o nível global do mar deverá subir entre 9 e 88 centímetros
até 2100, com uma "melhor estimativa” de 50 centímetros.O aumento
pode parecer pouco, mas seria suficiente para colocar em risco a
existência de vários "países-ilha”, como Tuvalu, Kiribati e as Ilhas
Maldivas, onde o ponto mais alto é de apenas dois ou três metros acima
do nível do mar. (O Dia)
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