 O carro do magistrado recebeu mais de 30 tiros enquanto trafegava pela orla de Aracaju (SE), ontem pela manhã.
As
suspeitas para o atentado recaem sobre Floro Calheiros porque o
pistoleiro e agiota incluiu o desembargador numa lista com 17 nomes
"jurados de morte” pelo alagoano. Dessas pessoas, 11 já foram
executadas em cidades do interior da Bahia e Sergipe.
Outra
pista que levou a polícia de Sergipe a suspeitar da ação do grupo de
Floro foi o carro usado no atentado, um Honda City de placas NMC-6226,
com licença de Maceió.
Floro Calheiros tem fama de matador
Floro
Calheiros é considerado um homem violento pelas autoridades sergipanas.
O auge da carreira dele no crime foi na década de 90, quando atuava
como agiota e também em alguns crimes políticos. Ostenta a fama de
mandar matar quem não o pagava, como comerciantes e empresários.
Ele
é acusado, ainda, de roubar urnas de eleições municipais e de ter
liderado alguns crimes na região norte de Sergipe. Apesar disso, a
polícia descarta a relação do atentado ao presidente do TRE com as
eleições deste ano.
Após
ser preso durante a gestão de Mendonça na pasta de Segurança Pública,
Floro conseguiu fugir. Foi recapturado logo depois, mas fugiu novamente
saindo pela porta da frente de um hospital em Aracaju.
Carro usado no atentado tinha placa clonada do superintendente da SMTT de Maceió
O
carro usado no atentado – de modelo diferente do que pertence ao
coronel da PM – foi localizado nesta quinta-feira (19) pela polícia
sergipana. Completamente destruído pelo fogo, ainda mantinha a placa
praticamente intacta.
A
placa do veículo Honda City usado no atentado ao presidente do TRE de
Sergipe foi clonada de outro carro, pertencente ao superintendente da
SMTT, coronel Jorge Coutinho. A descoberta foi feita pelo próprio
militar, que procurou a direção da Polícia Civil para falar sobre o
caso.
Jorge Coutinho disse que se colocou à disposição das polícias de Alagoas e de Sergipe para qualquer esclarecimento.
Saiba quem faz parte da lista da morte, preparada por Floro Calheiros
Diante
da insistência de algumas autoridades em negar a existência da lista da
morte, preparada pelo pistoleiro Floro Calheiros Barbosa, o suplente de
deputado estadual Gilmar Carvalho (PR) informou a jornalistas, na tarde
desta quinta-feira (19), que não pretende mais silenciar sobre a trama
urdida para matar cinco pessoas públicas em Sergipe.
O
secretário de Segurança Pública, João Elói, revelou que, da lista,
faziam parte o atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Luiz
Mendonça, as juízas Luíza Mendonça, filha do desembargador, e Iolanda
Evangelista, da 9ª Vara Criminal, e o próprio Gilmar Carvalho.
"Confirmo
esses nomes porque eles já foram citados hoje (19) em uma entrevista
coletiva prestada pelo Dr. Luiz Mendonça. Há também um 5º nome, que
prefiro não revelar para não trair a confiança do secretário", disse
Gilmar.
O
suplente de deputado estadual, que também é radialista e jornalista,
disse também que ouviu do secretário a informação de que o governador
Marcelo Déda (PT) foi comunicado da existência dessa lista.
"A
informação é a minha arma, por isso não vou mais silenciar", disse
Gilmar, alegando que tem evitado falar sobre o assunto para não
atrapalhar as investigações: "Não posso silenciar mais!".
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