A promotora
de Justiça Eliana Bloizi condenou nessa sexta-feira ( 27), que a criança e o
adolescente que comete atos infracionais, precisam ser socializados, cumprir as
medidas na própria comunidade onde estão inseridos e serem tratados como
pessoas com seus direitos respeitados, como prevê o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA).
Coordenadora
do Centro de Apoio da Criança e do Adolescente (Caoca), ela abriu pela manhã a
"Primeira Mesa-Redonda Infância em 1º Lugar” que durante todo o dia debateu o
tema fornecendo subsídios teóricos e práticos para os membros do Ministério
Público estadual trabalharem na área infracional, principalmente quanto à
implementação das medidas socioeducativas em meio aberto.
O evento dá
seguimento às metas do programa "Infância em 1º Lugar” que busca, em médio
prazo, cumprir as metas de cada um dos projetos que o integram: fortalecimento
dos conselhos, orçamento criança, medidas socioeducativas e especialização do
sistema de justiça.
O projeto de
fortalecimento dos conselhos é a primeira das ações do programa e conta com
três linhas de atuação: estruturação dos Conselhos Tutelares, funcionamento do
CMDCA, e implementação do Fundo da Infância e da Adolescência (FIA) segundo
explicou o promotor de Justiça Millen Castro, coordenador do Núcleo de Apoio
para Implantação, Estruturação e Fortalecimento dos Conselhos de Direitos,
Tutelares e Fundos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente (Naic).
O
coordenador reforçou a importância de ser construído um sistema de garantia dos
direitos da criança e do adolescente cujos processos relativos a eles não devem
ser tocados como mais um processo penal. Para ele, "devemos nos indignar com o
que é considerado normal como a falta de políticas públicas.”
O sistema
socioeducativo não funciona porque não conta com a estrutura adequada, diz o
promotor de Justiça, para quem deve ser intensificado o empenho em cada
município para a concretização do programa seja por parte do Executivo, que
deverá cumprir o deliberado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente (CMDCA) no plano de ação, ou do Legislativo, a quem cabe zelar
pela prioridade absoluta na destinação de verbas para garantia dos direitos
infanto-juvenis dentro do orçamento público.
Para isso,
considera fundamental a cobrança da realização do diagnóstico da situação
infanto-juvenil no município, no sentido de que se possa elaborar o plano de
ação onde serão estabelecidas as prioridades que deverão constar no orçamento
em relação à destinação de verbas para a área da criança e do adolescente. "A
realidade só vai mudar se construirmos o sistema e acreditarmos que ele
funciona”, arremata.
A equipe
levou informações e debateu sobre a implementação de políticas públicas
relativas às medidas socioeducativas em meio aberto e à tarde Millen Castro
discutiu as estratégias voltadas ao projeto "Fortalecimento de Conselhos:
Diagnósticos e Plano de Ação”. Fonte: Aratu Online |