Em função do
prolongamento da seca na Bahia, a Campanha de Vacinação Contra a Febre
Aftosa será prorrogada por mais 15 dias no Estado. A solicitação foi
feita pelo secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo
Eduardo Salles, que esteve nesta quarta-feira (30) em Brasília para
discutir, pessoalmente, os termos da prorrogação. O pleito foi
autorizado pelo Ministério da Agricultura (Mapa) e Superintendência
Federal da Agricultura (SFA-BA), determinando que os municípios que não
decretaram estado de emergência terão até o dia 15 de junho para vacinar
todo o rebanho, e até o dia 30 de junho para declarar a vacinação na
Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab).Os pecuaristas dos
municípios em estado de emergência que não vacinaram seus animais, por
falta de condições nutricionais, poderão realizar a vacinação a qualquer
momento após o encerramento da campanha, não sofrendo penalidades
administrativas. Eles serão apenas notificados para atualizar todo o seu
rebanho junto à Adab, até o prazo da prorrogação."Essa é uma
demonstração do comprometimento, sensibilidade e atenção dos governos
federal e estadual para com a pecuária baiana”, destaca o secretário
Eduardo Salles. "Com o aval do MAPA/SFA e apoio da Faeb e entidades do
setor, estamos cumprindo com o nosso papel de zelar pelo patrimônio
pecuário na Bahia, agindo em prol de toda comunidade rural no Estado e
garantindo condições mais favoráveis para que o pecuarista mantenha seu
rebanho livre da aftosa”, disse ele.Desde 2006 o Estado registra
oficialmente índices vacinais acima de 95%, fato que aponta o alto nível
de adesão dos produtores ao Programa Nacional de Controle e Erradicação
da Febre Aftosa por parte do setor pecuário. Além disso, não há
atividade viral na Bahia, comprovadas através de inquéritos
sorológicos, há 14 anos e o Estado com os produtores estão unindo
esforços para alcançar o status de zona livre da aftosa sem vacinação.
"Este cenário deixa a Bahia numa situação de imunização favorável, que
garante a sanidade do rebanho e permite a adoção de medidas estratégicas
para minimizar os impactos ocasionados pela seca”, ressalta Paulo
Emílio Torres, lembrando que a antecipação do período de vacinação para
15 de abril fez parte do conjunto de ações do governo baiano, visando o
enfrentamento dos efeitos da estiagem.Na Bahia são 265.441
propriedades com atividade pecuária. Desse total 190 mil fazendas e mais
de seis milhões de cabeças bovídeas estão na área afetada pela seca em
244 municípios. "Os criadores entendem e trabalham com empenho para
manter a pecuária como uma atividade viável na Bahia”, afirma o
presidente da Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb), João
Martins. "Nesse momento delicado, temos que continuar unindo esforços e
compartilhar responsabilidades para não comprometer ainda mais a
atividade diante das condições climáticas desfavoráveis”, pondera.Para
a superintendente federal da Agricultura, Vírginia Hagge, não restam
dúvidas de que a Bahia é o estado mais afetado pela baixa precipitação.
"A falta de chuvas provocou uma série de outros problemas, como a
restrição alimentar dos animais, os altos custos de insumos e
desnutrição do rebanho, podendo comprometer a imunização contra a
aftosa”, comenta Vírginia Hagge, ressaltando que as medidas proativas da
Seagri/Adab tem contribuído para minimizar os impactos da seca na
Bahia. |