O deputado federal e presidente do PCdoB na Bahia, Daniel Almeida, é um aliado do governo federal, mas afirma que o aumento do Fundo Partidário, em que recursos públicos são destinados aos partidos políticos, foi aprovado “em cima da hora” e que faltou “transparência”. A presidente Dilma Rousseff sancionou na última segunda-feira (20) o Orçamento 2015 que foi publicado nessa quarta-feira (22) e traz o aumento do fundo destinado aos partidos em R$ 867,6 milhões, ante R$ 308 milhões de 2014.
“Isso gerou um mal estar, ainda mais da forma que foi aprovada, em cima da hora. Isso é uma coisa que deve ser questionada. A outra é a tentativa de criminalizar a política, a política que é algo saudável, uma atividade nobre que deve ser reconhecida pela sociedade. O modo de aprovação não foi adequado, faltou transparência. De um ano para outro foi além do razoável. Mas não se deve criticar os partidos por ter acesso aos recursos públicos. O grande mal é o financiamento privado da política”, acredita o deputado.
Alinhado com o discurso do PT que defende o financiamento partidário com dinheiro público, o deputado afirmou que a sociedade precisa entender a necessidade da verba pública no custeio dos partidos. “Os partidos políticos são essenciais na democracia. A sociedade deve entender a necessidade de se financiar a democracia. É mais danoso os mecanismos de desvios que as vezes a sociedade não percebe”, argumentou Almeida, ao se referir ao atual modelo de financiamento em que empresas despejam dinheiro nas legendas.
Em levantamento feito pelo jornal O Globo junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nos últimos 20 anos, desde que o Fundo Partidário foi regulamentado, os partidos políticos receberam nada menos que R$ 2,6 bilhões da União (R$ 4 bilhões em valores atualizados). Entre 1996 e este ano, o Fundo Partidário cresceu, em termos reais, 490,5%.
Fonte: bocaonews |