A articulação de cooperativas com os governos estadual e federal trará ganhos para os produtores de mandioca na Bahia nos próximos meses. Entre o
final deste ano e o começo do próximo, pelo menos três fábricas de
fécula de mandioca devem entrar em funcionamento, nos municípios de
Laje, Vitória da Conquista
e Ilhéus. Serão as primeiras unidades produtoras do tipo no Estado.
Hoje, a fécula usada na Bahia é comprada de fábricas do Paraná.
A Bahia já tem a terceira maior área plantada de mandioca do País.
"Ficamos atrás apenas do Pará e do Paraná. Em produção, ficamos em
segundo lugar, atrás do Pará”, afirma o secretário de Agricultura do
Estado, Eduardo Salles, acrescentando que o plantio da mandioca está
presente em todos os municípios. Com as novas fábricas, o incremento ao
agronegócio é inevitável.
Em Laje, a administração da unidade ficará a cargo da
Cooperativa dos Produtores de Amido de Mandioca do Estado da Bahia
(Coopamido). Em Conquista,
a fábrica será gerida pela Cooperativa Mista Agropecuária de Pequenos
Agricultores do Sudoeste da Bahia (Coopasub). Na cidade de Ilhéus, a
Cooperativa de desemvolvimento Sustentável da Agricultura Familiar do Sul da Bahia (Coofasulba) administrará a agroindústria.
A demanda gerada pela instalação das indústrias no agronegócio da
mandioca, constituído em sua quase totalidade por agricultores
familiares, chegará a cerca de 100 toneladas por dia nas unidades de
Vitória da Conquista e Laje, e 12 toneladas em Ilhéus. A partir do
segundo ano de funcionamento, a fábrica de Ilhéus demandará diariamente
32 toneladas da raiz. Os produtores vinculados às cooperativas - que,
no total, ultrapassam a casa dos cinco mil - serão os principais
beneficiados.
Ilhéus - A unidade em Ilhéus entrará em funcionamento
em cinco meses. Segundo Gildeon Farias, gerente administrativo da
Coofasulba, foram necessários oito anos para que a proposta de
instalação da fecularia obtivesse aprovação junto ao governo federal.
A fábrica beneficiará 400 mandiocultores de Ilhéus. Além da fécula,
também será produzida farinha. A mandioca virá dos agricultores que
integram a cooperativa. Após a venda dos produtos para mercados e em
feiras, os lucros serão divididos dentro da Coofasulba. "Quarenta por
cento serão investidos em capital e os 60% restantes vão ser divididos
entre os cooperados, de acordo com suas cotas de participação”,
informou Gildeon.
Segundo o gerente, os benefícios para o setor serão imediatos.
"Hoje, os agricultores produzem farinha de mandioca nas casas de
farinha, de forma rudimentar. Em muitos locais, a prensa é feita com
troncos de madeira. No momento em que a cooperativa negocia com o
comerciante, o preço é baixo e muitos deles chegam a preferir comprar
de produtores de fora do Estado. Com a produção industrial, a qualidade
cresce e se padroniza, aumentando e tornando mais justo o valor do
produto no mercado”, explicou.
A fábrica em Ilhéus terá, no primeiro ano, capacidade para produzir
três toneladas por dia de farinha e 2.400 kg de fécula. A partir do
segundo ano, a expectativa é que sejam produzidas diariamente oito
toneladas de farinha e 6.400 kg de fécula.
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