Dois adolescentes a cada grupo de mil jovens de 12 a 18 anos foram
assassinados, em 2007, nos 266 municípios com mais de 100 mil
habitantes, aponta o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA). Caso
essa taxa de mortalidade juvenil (2,67) seja mantida, a projeção é de
que 33 mil adolescentes sejam mortos até 2013.
Os dados foram calculados pelo Laboratório de Análise da Violência da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e divulgados nesta
quarta-feira, em Brasília, pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da
Presidência da República, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância
(Unicef) e pela organização não governamental Observatório de Favelas.
A morte violenta é responsável por quase metade das mortes de pessoas
de 12 a 18 anos no Brasil (45,5% dos casos). O índice é quase o dobro
das mortes por doença (26,5%) e mais do que o dobro das mortes por
acidente (23,2%).
Segundo o estudo feito em 11 regiões metropolitanas, os homicídios
afetam principalmente os rapazes (12 homens para cada jovem
assassinada); os negros (quase quatro pretos ou pardos para cada branco
ou amarelo); e moradores da periferia. A arma de fogo (revólver,
pistola, espingarda, fuzil, metralhadora) é o principal meio de
assassinato dos jovens.
Um ranking dos municípios mais violentos com adolescentes é liderado
por Foz do Iguaçu (PR), com 11,7 mortes a cada mil jovens; seguido por
Cariacica (ES), com 8,2 assassinatos a cada mil pessoas; e Olinda (PE)
com oito homicídios a cada mil adolescentes.
Os Estados do Espírito Santo, de Pernambuco e Minas Gerais têm, cada
um, quatro municípios na lista das 20 cidades com mais de 200 mil
habitantes e com maiores IHA. O Estado do Rio de Janeiro tem três
municípios na lista, Alagoas tem duas cidades, Bahia, Maranhão e Paraná
têm, cada um, uma cidade na lista. Segundo a pesquisa, a Região
Nordeste é a que registra maiores riscos de homicídio
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