Um terremoto de 7,2 graus de magnitude atingiu o leste da Turquia
neste domingo, de acordo com o Instituto Geológico dos Estados Unidos
(USGS, na sigla em inglês). Autoridades estimaram que o número de
vítimas pode chegar a mil.
A TV estatal disse que o tremor deixou 59 mortos na cidade de Ercis,
25 na cidade de Van e um na cidade de Bitlis, totalizando 85 vítimas.
"Estimamos entre 500 e mil mortos", afirmou Mustafa Erdick, chefe do observatório Kandili, a agência sismográfica da Turquia.
Segundo ele, a estimativa é feita com base na estrutura das casas e
na força do terremoto, que teve epicentro no vilarejo de Tabanli, na
província de Van, perto da fronteira com o Irã.
Erdick afirmou que o tremor ocorreu "muito perto da superfície", a
apenas 5 km de profundidade. Por isso, foi sentido como um terremoto de 8
ou 9 graus de magnitude. O tremor destruiu cerca de 80 prédios em Ercis e outros 10 em Van, onde
moradores apavorados deixaram suas casas enquanto equipes de resgate e
voluntários tentavam encontrar sobreviventes entre escombros. "Há muitos mortos. Vários prédios caíram e a destruição é enorme",
disse o prefeiro de Ercis, Zulfikar Arapoglu. "Precisamos de ajuda
urgente. Precisamos de médicos."
Danos e feridos também foram registrados em Celebibag, um distrito
próximo a Ercis. "Muitas pessoas estão presas em destroços", disse o
prefeito Veysel Keser. "Podemos ouvir seus gritos por ajuda. É um
desastre."
Inicialmente o USGS tinha afirmado que o terremoto era de 7,3 graus. O
centro de monitoramento turco, porém, estimou a magnitude do tremor em
6,6 graus. Ambas as agências disseram que o terremoto ocorreu às 13h41
no horário local (8h41 de Brasília).
Pequenos terremotos são um acontecimento quase diário na Turquia.
Dois grandes terremotos em 1999 deixaram mais de 20 mil mortos no
noroeste do país. Em maio deste ano, um tremor deixou dois mortos e 79
feridos em Simav, também no noroeste. O governo de Israel ofereceu ajuda à Turquia, país com o qual vive uma crise diplomática.
O ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, deu instruções ao Exército
para que ofereça assistência à Ancara nas tarefas de resgate.
As relações entre os dois países estão estremecidas desde o ataque
israelense à chamada "Flotilha da Liberdade" em 2010, no qual comandos
especiais israelenses mataram nove ativistas civis turcos.
Ancara exige desculpas e compensações às famílias das vítimas por
parte de Israel, que se nega a dá-las, ao entender a participação turca
na pequena frota como uma provocação e uma tentativa de romper um
bloqueio marítimo sobre Gaza, que considera legal |