traficantes da favela do Jardim Lapena, em São Miguel Paulista (zona
leste), torturaram dois homens apontados por moradores da região como
responsáveis pela morte de duas meninas de três anos na região, segundo a
polícia. A PM resgatou os agredidos nesta segunda-feira (16). Adrielly
Mel Severo Porto e Beatriz Moreira dos Santos, vizinhas, desapareceram
no dia 24 de setembro. Seus corpos foram achados em decomposição na
última quinta-feira (12), dentro de um Fiat Fiorino, a 150 m de suas
casas, na própria favela. A polícia afirmou nesta segunda que iria
averiguar a eventual participação dos dois agredidos na morte. Ao mesmo
tempo, ainda não os tratavam como suspeitos. Um dos agredidos tem
passagem por estupro. O outro é vizinho de uma das crianças. Segundo a
polícia, este disse que conhecia as duas meninas e que, inclusive, a mãe
de uma delas já tinha ido com a garota fazer uma visita à casa dele. A
polícia disse que o tribunal do crime foi formado pelos traficantes
após surgir um boato, na comunidade, de que dois homens que moram no
local foram os responsáveis não só pelo assassinato, mas também pelo
eventual estupro das garotas. A polícia afirma que não há
confirmação de que houve violência contra as garotas e que aguarda
laudos não só para comprovação dessa situação como também para a
identificação das vítimas. A polícia trabalha, inclusive, com a hipótese
de acidente –as meninas podem ter se trancado dentro do carro e não
conseguido sair. Os dois homens agredidos contaram na delegacia
que foram levados por traficantes a um barraco no domingo (15). Eles
disseram que apanharam porque os criminosos queriam que confessassem a
participação nas mortes. Após uma denúncia anônima, PMs foram até o
local e acharam os dois amarrados e feridos. Eles apresentavam
hematomas pelo corpo. Nenhum suspeito das agressões foi preso. No local,
foram encontrados pedaços de pau. Segundo a polícia, os dois
agredidos negaram envolvimento no crime. A dupla fez um boletim de
ocorrência de agressão. A reportagem não conseguiu localizar os
advogados dos dois. RECONHECIMENTO O pai de Adrielly, 3, foi
levado nesta segunda até o IML (Instituto Médico Legal) para fazer uma
nova coleta de material genético para exame de DNA. Apesar de as
famílias terem reconhecido alguns pertences de Adrielly Mel e Beatriz no
Fiorino, a Polícia Civil ainda aguarda o resultado do exame para ter
certeza de que são as mesmas meninas que estavam desaparecidas desde o
último dia 24 de setembro na região. A polícia quer ouvir nos próximos
dias os familiares das crianças e vizinhos. No dia em que foram
encontrados os corpos, os parentes de Adrielly Mel afirmaram que tinham
esperança de encontrar as crianças com vida. |