Duas pessoas, tio e sobrinha, foram
presos em flagrante por estelionato, nesta segunda-feira (26), em Barra do
Choça, no sudoeste da Bahia. De acordo com a Polícia Civil, eles administravam
uma instituição financeira no centro da cidade, ofereciam empréstimos a idosos
da zona rual, mas só entregavam parte do dinheiro contratado.
Os suspeitos
foram identificados como Renê Soares Santos da Silva e Jamile Santos Marques.
Além deles, a delegada que investiga o caso, Gabriela Garrido, informou que
outras duas pessoas da mesma família, uma cunhada e a esposa de Renê, estão
sendo investigadas.
No mesmo local
da financeira, os suspeitos tambem mantinham um escritório de advocacia e uma
loja de eletrodomésticos. Segundo a polícia, a dupla superfaturava os valores
do produtos da loja para vender aos idosos.
"É uma
quadrilha familiar. Na loja de eletrodomésticos, uma televisão que custava R$
700, por exemplo, eles vendiam por R$ 5 mil para os idosos. Para comprar, as
vítimas precisavam pegar um empréstimo com eles. Os idosos achavam que estavam
pagando os R$ 700, e com o passar do tempo, eles percebiam que estavam sendo
cobrados além do que foi contratado. Então eles reclamaram no banco, achando
que era alguma cobrança indevida e o banco aconselhou que eles procurassem a
polícia", explicou.
De acordo com
Gabriela Garrido, há cerca de um ano a família é investigada, período no qual
algumas das vítimas começaram a procurar a polícia sob suspeita de cobranças
indevidas nas próprias contas.
A delegada
ainda revelou que era Renê Soares, que não possui registro da Ordem dos
Advogados da Bahia (OAB), quem atuava de forma irregular no escritório de
advocacia que também funcionava no imóvel.
"Eles
foram presos em flagrante, porque apesar das denúncias, os idosos não tinham
muitas provas. Eles não tinham documentos que provassem o contrato. São pessoas
da zona rural que eram usados pelos suspeitos. Algumas das vítimas ficavam até
com o documento retido, e os suspeitos faziam novos empréstimos sem que elas
soubessem. Quando fizemos a operação, achamos muitos documentos e contratos.
Foram cinco caixas de papel, que ainda serão periciados", disse a
delegada. Ainda segundo a delegada, não foram encontradas quantias em espécie com os
suspeitos, pois eles sempre atuavam com transações bancárias. "Eles
passavam o dinheiro de uma conta para outra. A esposa de Renê e essa cunhada
recebiam o dinheiro nas contas delas. Incialmente, notamos que elas não
participavam diretamente do ato, mas deixavam o dinheiro circular pelas contas
delas", contou Gabriela Garrido.
A operação de
prisão da dupla contou com apoio do Departamento de Repressão a Crimes Organizado
(Draco) e da Subseção da OAB de Vitória da Conquista, através do Grupo Especial
de Combate ao Exercício Ilegal da Profissão. A dupla já está no sistema
prisional em Vitória da Conquista, cidade a cerca de 30km de Barra do Choça. Fonte: G1/Bahia |