Idealizador da festa, o "Galinho",
que entrou em campo com o ombro direito imobilizado, teve a primeira
chance de gol logo aos cinco minutos. Ele recebeu na entrada da área,
balançou na frente de Dedé e chutou à esquerda goleiro Marcelo Leite.
Aos 13, foi a vez de Romário quase marcar. O atacante recebeu de
Zico, matou no calcanhar e, sozinho, acerou a trave. Aos 19, foi a vez
do time branco assustar. Túlio recebeu no meio campo, fez grande jogada
e chutou com perigo para Elinton.
Aos 28, Emerson, um dos jogadores mais vaiados pelos torcedores do
Flamengo ao lado de Renato Gaúcho, recebeu na entrada da área e foi
derrubado. Zico cobrou com a categoria de sempre e obrigou Marcelo
Leite a espalmar para escanteio.
Aos 33, finalmente saiu o primeiro gol. Emerson recebeu na entrada
da área, deu um drible de corpo em cima de Gonçalves e chutou rasteiro
sem defesa para Marcelo Leite. Ao Invés de levar a galera ao delírio, o
gol de Sheik, autor do gol do título brasileiro do Fluminense,
comemoração, o gol provocou vaias no Engenhão.
Quatro minutos depois, o roteiro se repetiu. Galetti tabelou com
Romário, foi a linha de fundo e cruzou. Sozinho, Emerson só teve o
trabalho de empurrar para o gol.
O time branco ainda teve duas chances de marcar. Aos 38, com Túlio,
que chutou por cima na marca do pênalti e, aos 40, com Vagner Love, que
fez grande jogada individual e chutou raspando a trave esquerda.
Como quem não faz, leva, Romário tratou de fazer o terceiro. O
Baixinho recebeu passe açucarado de Zico, levou a melhor sobre
Gonçalves, deixou Marcelo Leite no chão com uma jogada de corpo e só
tocou para as redes. Mas o show de Romário não parou por ai. Três
minutos depois, o ex-atacante da Seleção Brasileiro passou por
Gonçalves e fez o quarto com a categoria habitual.
Sheik minimizou as vaias dos rubro-negros e brincou que no fundo isso era uma prova de amor.
"Me deixaria triste se não tivesse manifestação nenhuma. Não acho
desrespeito, mas poderia ser de outra maneira. Isso é carinho, é amor
pelo que fiz pelo Flamengo”, disse o atacante do Fluminense,
substituído no intervalo.
O time branco voltou disposto a diminuir o prejuízo e com menos de
cinco minutos desperdiçou duas ótimas chances. Um com Renato, que
chutou para grande defesa de Elinton e outra com Túlio, que chutou em
cima do goleiro do time vermelho. Mas aos cinco, Zico recebeu livre na
entrada da área e deixou Amoroso na cara do gol para fazer o quinto.
O time branco se empolgou a passou a pressionar. Aos 16, Túlio
novamente recebeu dentro da área e só tocou para fazer o terceiro. A
reação continuou e o time branco continuou a criar chances, mas não
conseguiu aproveitá-las.
Aos 28 minutos, a principal estrela da partida foi substituída:
Zico, que mesmo com o brço imobilizado conseguiu jogar e se destacar,
saiu de campo aplaudido pela torcida do Engenhão.
Logo depois, o time branco voltou a balançar as redes, dessa vez com
Carlos Alberto, que marcou o quarto gol de uma equipe disposta a
conseguir pelo menos o empate.
Porém, um golaço freou a reação branca. Tiago, filho de Zico,
aproveitou um toque de calcanhar para finalizar no ângulo e marcar o
oitavo gol vermelho.
Ainda houve tempo para que Felipe Adão marcasse, de cabeça, o quinto
gol do time branco. Aos 37 minutos, ele ficou na cara do gol, chutou em
cima do goleiro, mas depois soube aproveitar o rebote para balançar as
redes. E nos acréscimos Carlos Alberto fechou o placar com um belo gol,
após fazer uma filinha com dribles curtos e finalizar com precisão.
Final: 8 a 6 para o time vermelho, de Zico.
Depois da partida, Zico agradeceu o Botafogo por ter cedido o
Engenhão, contou que o estádio deve ser escolhido para a festa do ano
que vem e lembrou também do médico que operou seu braço, Michel Simoni,
o homem que o liberou para a partida deste domingo.