A cantora Tati Quebra Barraco pretende entrar com processo contra o Estado do Rio de Janeiro depois que o filho Yuri Lourenço da Silva, 19 anos, foi morto em uma operação da Polícia Militar na Cidade de Deus, em dezembro. A cantora questiona a versão oficial de que Yuri estava armado e reagiu à abordagem da PM.
“Meu filho levou quatro tiros na cara, e o peito dele estava queimado de pólvora, o que dá a entender que o tiro foi a queima roupa. Yuri não estava armado e não teve como reagir. E o mais impressionante é que eles (os policiais militares) disseram que houve troca de tiros. Não existiu a resistência de Yuri como os policiais afirmam. Os PMs cansam de dar desculpas quando fazem atitudes assim. Não podemos aceitar isso! Portanto, eles devem ser melhor treinados, e a responsabilidade é do Estado”, disse ela em entrevista ao Ego.
Na semana que vem, a cantora ainda planeja ir à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática para prestar queixa por conta de mensagens de ódio e racismo que recebeu pelas redes sociais após a morte de Yuri. Ela também quer saber como uma foto do filho morto circulou pela internet. "Quem tirou a foto? Foi a médica que estava de plantão naquele momento? Não acredito que uma médica formada seria estúpida ao ponto de divulgar isso. É só pegar o celular dos policiais de plantão e fazer a perícia".
Na entrevista, a cantora afirmou que teve um fim de ano muito triste. “Não queira imaginar como estamos sofrendo. Deus fez o filho para enterrar sua mãe e não uma mãe enterrar seu filho. Isso é muito triste! O Natal e o Ano Novo são momentos familiares e, já que um pedaço meu se foi, só celebrarei no meu canto, chorando e lembrando dos bons momentos em que passei com o Yuri”, lamenta. |